Primo de Baldy recebeu propina em caixa de gravata, diz MPF
Rodrigo Dias, primo do secretário licenciado de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy (Progressistas),…
Rodrigo Dias, primo do secretário licenciado de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy (Progressistas), teria recebido parte de propina de esquema com a Fio Cruz em uma caixa de gravatas, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF) de Rio de Janeiro. A quantia recebia teria sido R$ 250 mil. Ele foi preso durante a Operação Dardanários, realizada na quinta-feira (6).
Além disso, o MPF aponta que Baldy teria recebido, em Goiânia, propina de R$ 500 mil de dinheiro desviado dos cofres públicos do Rio de Janeiro. Em outra ocasião, ele teria recebido, em seu flat, em São Paulo, parte de R$ 900 mil acertados para liberação de pagamentos atrasados à organização social Pró-Saúde, em 2014.
Os relatos estão em delações premiadas da Operação Lava Jato. Segundo o MPF, os repasses fazem parte de esquema que favorecia a Organização Social (OS) Pró-Saúde na administração do Hospital de Urgência da Região Sudoeste (Hurso), em Goiás. A delação diz que Baldy, então candidato a deputado federal, solicitou repasses para a campanha. A promessa era que o progressista ajudasse com valores atrasados do governo do Estado para a OS.
Em outra ocasião, o ex-secretário teria recebido R$ 100 mil, em agosto de 2018, no escritório de uma empresa em um shopping de São Paulo.
Em nota, a assessoria de comunicação do ex-parlamentar diz que Alexandre Baldy tem sua vida pautada pelo trabalho, correção e retidão. Foi desnecessário e exagerado determinar uma prisão por fatos de 2013, ocorridos em Goiás, dos quais ele sequer participou.
A nota ainda diz que Baldy sempre esteve à disposição para esclarecer qualquer questão, “jamais havendo sido questionado ou interrogado, com todos os seus bens declarados, inclusive os que são mencionados nesta situação”. “A medida é descabida e as providências para a sua revogação serão tomadas”, finaliza.
A Pró-Saúde informa que, desde 2017, tem colaborado de forma irrestrita com as investigações e vem adotando ações para fortalecimento de sua integridade institucional.
A operação
A Polícia Federal cumpriu seis mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão na quinta-feira (6), a partir de investigação de organização criminosa que negociava e intermediava repasses para organização social que administrou diversos hospitais, entre eles o Hurso, em Goiás. A partir de colaboração premiada de ex-diretores foi elucidado o pagamento de vantagens indevidas em favor da OS Pró-Saúde, que administrou o hospital entre 2010 e 2017.
Entre os detidos estão Baldy, o primo Rodrigo Dias e Rafael Lousa, ex-presidente da Junta Comercial de Goiás (Juceg).