ELEIÇÕES 2020

Prisão de Baldy enfraquece PP goiano em ano de eleição

Sem seu comandante e principal articulador político, a sigla pode ficar numa situação delicada

Prisão de Baldy enfraquece PP goiano em ano de eleição

A prisão do ex-ministro de Cidades e atual secretário de Transportes de São Paulo, Alexandre Baldy, é um baque para o Progressistas em Goiás (antigo PP), que vinha se preparando para crescer nas eleições municipais deste ano. Baldy é o presidente estadual da sigla e o principal articulador do ousado projeto de eleger até 60 prefeitos (com adesões recentes, o partido chegou em 2020 com 43 prefeitos). Agora, sem seu comandante e principal articulador político, a sigla pode ficar numa situação delicada.

Habilidoso politicamente, Baldy desempenhava o papel de costurar alianças para os candidatos do partido e fazer a aproximação com o Palácio das Esmeraldas, especialmente nas cidades maiores e com os prefeitos que eram ligados aos governos do PSDB. É o caso de Anápolis, possivelmente o maior município onde o PP terá candidato próprio (em Goiânia e Aparecida, a sigla tende a compor com algum outro candidato). Baldy atuava como uma ponte entre o prefeito Roberto Naves e o governo Ronaldo Caiado (DEM).

O histórico político de Naves, que sempre foi muito ligado ao ex-deputado Jovair Arantes e ao ex-governador Marconi Perillo, fazia com que tivesse dificuldade de aproximação com o governador, adversário figadal destes nomes. A relação de Naves e Caiado era distante e de desconfiança mútua. Coube a Baldy contornar esta situação e, ao conquistar a filiação do prefeito, no ano passado (era do PTB), viabilizar o apoio do Palácio das Esmeraldas para projeto de reeleição. Sem Baldy no processo eleitoral e com o Palácio das Esmeraldas buscando distância das investigações, que remetem à administrações anteriores, algumas costuras que foram amarradas pelo presidente do PP podem se desmanchar até as eleições.