LOBBY NO MEC

Prisão de Ribeiro: MEC diz que governo não compactua com irregularidades

Por meio de nota de esclarecimento, o Ministério da Educação (MEC) disse que “Governo Federal…

Por meio de nota de esclarecimento, o Ministério da Educação (MEC) disse que “Governo Federal não compactua com qualquer ato irregular e que continuará a colaborar com as investigações”. O posicionamento vem após a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro e do pastor goiano, Gilmar Santos, ligado ao presidente Bolsonaro (PL) em investigação da Polícia Federal desta quarta-feira (22).

Vale citar, a PF investiga corrupção e tráfico de influência para liberação de verbas públicas no MEC. Além Ribeiro e Santos, o pastor Arilton Moura também foi detido por suspeitas dos mesmos crimes. As prisões ocorreram durante a Operação Acesso Pago.

Ribeiro estava em Santos (SP), quando foi preso. Ele será transferido para a Superintendência da PF em Brasília.

Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Goiás, Distrito Federal, São Paulo e Pará, além de medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados.

Segundo as apurações, os envolvidos utilizavam a influência no Ministério para conseguir liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, vinculado ao MEC. As ordens judiciais foram emitidas pela 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal. As investigações estão sob sigilo.

Confira a nota completa do MEC:

“O Ministério da Educação (MEC) esclarece que recebeu hoje (22) a equipe da Polícia Federal (PF) e que continua colaborando com todas as instâncias de investigação que envolvem a gestão anterior da Pasta.

No sentido de esclarecer todas as questões, o MEC reforça que continua contribuindo com os órgãos de controle para que os fatos sejam esclarecidos com a maior brevidade possível.

O MEC ressalta, ainda, que o Governo Federal não compactua com qualquer ato irregular e que continuará a colaborar com as investigações.”

Gabinete paralelo: entenda a polêmica do lobby de religiosos no MEC

Em março, o jornal “Folha de S. Paulo” divulgou áudio em que mostra um suposto “gabinete paralelo” no Ministério da Educação. Em conversa gravada e obtida pela reportagem, o ministro Milton Ribeiro diz atender uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro e que o Governo Federal prioriza prefeitos cujos pedidos de liberação de verba foram negociados com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que teria pedido 1 kg de ouro para liberar dinheiro no MEC.

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar […] porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender todos os que são amigos do pastor Gilmar”, afirma o ministro em conversa entre os religiosos e alguns prefeitos.

Em nota emitida à época, o ministro da Educação negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha pedido atendimento preferencial a prefeituras apadrinhadas por pastores. Ribeiro afirmou ainda que todas as solicitações feitas à pasta são encaminhadas para avaliação da área técnica.

Após a polêmica, Gilmar disse nas redes sociais que “um dia faz declaração a outro dia”. “Aqui está o mesmo pastor Gilmar Santos para falar e viver a verdade. Este servo, que Deus sempre usou para ministrar a palavra, a cura e a inspiração […] meus amores, fiquem em paz em nome de Jesus. Meu abraço ungido para vocês”, afirmou no vídeo sem mencionar o suposto esquema no Ministério da Educação.

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