Procuradores do MP defendem atuação de promotores de Anápolis no Caso Escobar
A manifestação ocorre após fala de Caiado, que acusou uma conotação política nas investigações relacionadas à morte de Fábio Escobar
O Colégio de Procuradores de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás divulgou uma nota, na tarde de terça-feira (2/4), de apoio às promotoras e aos promotores de Justiça que atuam na área criminal de Anápolis. A manifestação ocorre após fala do governador Ronaldo Caiado (UB), que acusou uma suposta conotação política nas investigações relacionadas ao caso do homicídio de Fábio Escobar.
O Ministério Público denunciou Jorge Caiado e Carlos César Toledo, conhecido com Cacai, pela morte do empresário e ex-coordenador de campanha do governador, em 2021. Segundo as investigações, o assassinato teria relação com denúncias feitas por Fábio Escobar sobre esquema de caixa 2 e corrupção no governo.
A nota, assinada por 41 procuradores e procuradoras de Justiça que compõem o Colégio, aponta apoio irrestrito e destaca o trabalho desenvolvido pelos membros do Ministério Público, especialmente nos casos envolvendo o assassinato de Fábio Escobar.
“O Ministério Público, conforme previsão constitucional, não é subordinado a nenhum dos poderes do Estado e não atua por motivações políticas, pautando-se tão somente nas provas obtidas, razão pela qual, assegurada a defesa aos que forem denunciados, continuará a agir de maneira independente com o intuito de tutelar os direitos das vítimas e proteger a sociedade”, destaca a nota.
Caiado acusa suposta atuação política do Ministério Público
Em entrevista à revista Veja, Caiado negou ter feito qualquer reunião com coronel Newton Castilho para discutir o plano de seu primo, Jorge Caiado, para matar Fábio Escobar. Além disso, o governador alegou que os promotores não seguiram o rastro do dinheiro encontrado nas contas dos policiais envolvidos no assassinato do empresário. Ele sugeriu que o dinheiro utilizado para pagar pela morte do empresário não teria “caído do céu”.
“Para mim é uma questão de honra esclarecer esse caso. Eu não vou aceitar nada mais ou menos. Não vou permitir as coisas se encaminharem para macular a minha imagem. Esse Escobar tinha graves conflitos com empresas, licitações lá na cidade de Anápolis. Que identifiquem tudo. Eu sou o maior interessado no esclarecimento desse fato. Mas grande parte disso tem a ver com o momento em que meu nome aparece (como candidato). Isso tem o intuito de ir me desgastando. Isso foi usado pelo Luciano Bivar [ex-presidente do União Brasil]”, disse Caiado à revista Veja.