Professor Alcides fala em ‘operação midiática’ e acusa perseguição: “Sou homossexual, não sou bandido”
Leia na íntegra posicionamento de Alcides
O deputado federal Professor Alcides Ribeiro (PL) divulgou, na noite desta quinta-feira (12), uma nota pública em que assume ser homossexual e rechaça veementemente as acusações que envolvem seu nome em uma investigação policial relacionada a crimes contra um adolescente de 16 anos. No posicionamento, o parlamentar classifica as alegações como “mentiras deslavadas” e acusa as autoridades de conduzirem uma operação “midiática e espetaculosa” feita pela Polícia Civil do Estado de Goiás..
O parlamentar, que também é empresário e foi candidato a prefeito de Aparecida nas últimas eleições, destacou o que considera uma tentativa de “enxovalhar” sua trajetória de vida e sua honra pessoal. Alcides criticou o uso de sua orientação sexual como ferramenta política, afirmando: “Sou homossexual, não sou bandido. Bandidos são os que se levantam contra mim.” Professor Alcides também repudiou a homofobia e se comprometeu a processar aqueles que, segundo ele, tentam manchar sua reputação.
Na nota, o deputado professor Alcides ressaltou sua atuação pública e a confiança que recebeu dos eleitores de Goiás, declarando-se vítima de preconceito e perseguição política. Ele afirmou que levará à Justiça todos os que estão por trás do que chamou de “circo de horrores”.
A investigação, conduzida pela Polícia Civil de Goiás, apura denúncias relacionadas a ameaças e roubos contra o adolescente, supostamente envolvendo um assessor do parlamentar. No entanto, Alcides destacou que não há fatos concretos que sustentem as acusações. Antes do posicionamento, professor Alcides confirmou ao Mais Goiás que um dos presos, identificado como Leno, trabalhava para ele como seu segurança e morava em sua própria residência. Foi lá, inclusive, que a detenção ocorreu. A nota na íntegra estará disponível ao final da matéria.
Entenda o caso envolvendo o deputado Professor Alcides
A Polícia Civil investiga outros crimes contra o adolescente de 16 anos vítima de ameaça e roubo de celular, em caso que teria o envolvimento do deputado federal Professor Alcides (PL). A delegada responsável, Sayonara Lemgruber, não detalhou quais seriam, uma vez que a investigação está em andamento.
Nesta quinta-feira (12), três pessoas foram presas em Aparecida de Goiânia suspeitas de ameaçar e roubar o jovem para que provas de uma relação entre o menor e o parlamentar fossem apagadas.
Um dos presos na Operação Peneira, detido na casa do deputado, é segurança do Professor Alcides. Ao Mais Goiás, o parlamentar destacou que não tinha ciência da operação, pois estava em Brasília, mas confirmou que “Leno” – como identificou o detido – mora em sua residência e atua na segurança, em Aparecida.
Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos por agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia. Os três presos haviam sido denunciados após invadirem armados a casa do adolescente para obrigá-lo a apagar imagens íntimas que ele havia trocado com o parlamentar pela internet.
Além de roubarem o celular do menor, os três presos também teriam exigido, após ameaça, que ele também fornecesse a senha do aparelho, a fim de que as imagens fossem apagadas da “nuvem”.
Leia a nota na íntegra:
“Tentam estabelecer uma narrativa desonesta, baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido e que supostamente envolveriam indiretamente meu nome. Nada de verdadeiro! Nenhum fato concreto, uma repetição vergonhosa de mentiras e a utilização abjeta do aparato policial do Estado. Há, sim, uma absurda utilização de acusações que não se sustentam, que não merecem credibilidade, que trazem a inequívoca marca da mentira mais deslavada.
Rechaço de forma veemente o envolvimento de meu nome num cipoal de inverdades, adrede concebidas pelos que, em momento político delicadíssimo no país, embalam o circo midiático montado pela espetaculosa “Operação Peneira”.
Sou empresário de sucesso, educador de muitas gerações de goianas e goianos, deputado federal eleito com grande votação pela generosidade do povo de Goiás. Deploro a utilização preconceituosa, mesquinha e criminosa de minha pública orientação sexual como arma política. Sou homossexual, não sou bandido. Bandidos são os que se levantam contra mim.
Processarei todos os que tentam enxovalhar meu nome limpo, minha trajetória de vida impecável, tentando manchar a correção pessoal, profissional e empresarial que a norteia. Me reconheço como homossexual. Sofri por toda minha vida inúmeras formas de preconceito. A homofobia é um crime. A utilização do aparato policial para uma evidente operação midiática é crime. A tentativa de enxovalhamento da reputação de um homem honesto é crime.
Corruptos pegos nas teias de abusos, manipulações e diversos crimes e que se encontram às voltas com a justiça, de forma solerte utilizam minha opção sexual – à qual exijo respeito – para a montagem de um circo de horrores onde buscam salvar-se à custa do sacrifício de minha honra pessoal. Minha honra pertence a mim, aos meus parentes, aos meus amigos, aos meus eleitores, aos meus alunos, não aos detratores contumazes da moral alheia.
Agradeço as milhares de manifestações recebidas de todo o Estado de Goiás e de todo o Brasil. Não me calarei! Levarei às barras da justiça as ratazanas roedoras que tentam acabar com minha reputação”.
Alcides Ribeiro Filho
Deputado Federal