Professores ameaçam greve e governo dialoga com Tesouro Nacional
A negociação é para que Goiás entre no Regime de Recuperação fiscal, programa criado em 2017 para auxiliar a situação financeira dos estados brasileiros
Com a possibilidade de atraso no pagamento do salário de dezembro de 2018 dos servidores estaduais, alguns professores já se organizam e ameaçam entrar em greve. Por outro lado, o Governo Estadual se reúne, nesta terça-feira (8), com equipe do Tesouro Nacional.
O grupo de docentes, intitulado Mobilização de Professores Goiás, organiza uma mobilização para o dia 11 de janeiro, próxima sexta-feira. Os professores ameaçam não retornar às salas de aula, no dia 17 de janeiro, caso a folha não seja paga. Segundo o cronograma de pagamentos do estado, o salário dos servidores deveria ser feito até o dia 10. “Professores, uni-vos. Sem salário, sem retorno”, diz um post do grupo que circula nas redes sociais.
A secretária da Fazenda, Cristiane Alkmin, foi a Brasília na tarde desta terça para se reunir com o Governo Federal. A reunião estavam marcada para o dia 21 de janeiro mas foi adiantada depois que o Fórum Estadual de Defesa dos Servidores Públicos de Goiás não aceitou a proposta de parcelamento do salário, na última semana. Diferente do grupo de docentes, o Fórum ainda está focado nas negociações e ainda não fala em greves ou paralisações.
RRF
O intuito do encontro entre os poderes estadual e federal é para avaliar a possibilidade de Goiás entrar para o Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O Programa foi criado em 2017 para auxiliar estados que estejam em grave situação financeira.
Cristiane deve convocar uma coletiva de imprensa para esta quarta-feira (9) para tratar sobre a reunião com o Tesouro Nacional. “Já que a equipe da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) não poderá vir esta semana aqui para Goiás, vamos de maneira proativa à Brasília já adiantar e apresentar informações”, disse.
Segundo ela, no primeiro ano de governo de Ronaldo Caiado (DEM) exigirá parcimônia para lidar com as contas. O governo eleito afirma que assume o poder com um déficit de R$ 4 bilhões. “Historicamente, temos R$ 780 milhões, na média. Mas isso é para pagar o que a gente precisa. Não é algo para pagar o que o governo anterior deixou para trás.”
Professores
Os professores da rede estadual estiveram reunidos com a secretária de Educação, Fátima Gavioli, no último sábado (5). “O caixa está limpo, mas o governador tem buscado de todas as formas possíveis fazer esse pagamento de dezembro”, disse a secretária aos docentes.
“Fomos honestos sobre as manifestações marcadas e a possibilidade de não voltar 17 de janeiro, pois não existe condições mínimas para tanto”, afirma um dos professores que participa do grupo de mobilização, Thiago Martins.