REITORIA

Professores e alunos questionam transparência na eleição da UEG

O vencedor, encabeçando a lista tríplice, foi Antônio Cruvinel Neto, com 36,07%

Professores e alunos questionam transparência na eleição da UEG (Foto: divulgação)

Docentes, discentes e técnicos da Universidade Estadual de Goiás (UEG) questionaram por nota a eleição da instituição. Segundo o texto, que não foi assinado, mas confirmado por um professor, faltou transparência na votação. O vencedor, encabeçando a lista tríplice, foi Antônio Cruvinel Neto, com 36,07%, segundo divulgado. A escolha oficial deverá ser informada essa semana, com posse em 25 de julho.

“UEG gera duvidas em seu pleito eleitoral, que foi realizado totalmente de forma online, após 60 dias de campanha eleitoral. A votação para Reitor, Diretores de Campus e Coordenadores Centrais de Curso ocorre sem transparência alguma. O processo de votação finalizou às 21 horas do dia 24 de junho e, apesar de totalmente online, o que permitiria um acompanhamento em tempo real, os resultados foram divulgados apenas 17 horas após o encerramento”, diz trecho da nota.

Segundo o docente, que pediu para não ser identificado, pelo apurado internamente, Marcelo José Moreira e Adriana Aparecida Ribon, que são doutores, estavam na frente de Antônio, que é mestre, na lista tríplice. “Os dois candidatos também tiveram votação expressiva, além de terem mais votos nos segmentos docentes e discentes.” Além disso, conforme a fonte, a substituição de Ribon, que é pró-reitora, mas deveria estar afastada somente até 25 de junho, foi prorrogada pelo reitor interino Valter Gomes Campos, em portaria, na sexta (25), até o próximo dia 30.

“Haverá uma reunião para discutir essas eleições e Adriana Ribon não estará presente por causa dessa portaria, prorrogando o que não está previsto no regulamento”, revela o docente. Também houve a prorrogação da substituição de Antônio Cruvinel, nesta tarde de domingo (27).

Estudante

Uma aluna da UEG, que também pediu para não ter o nome divulgado, disse que o sistema de votação não estava disponível para todos. “A opção de votação no sistema Fênix, por onde foram efetuados os votos, não estava disponível para todos. Muitos alunos, docentes e técnicos não tiveram acesso”, reclamou.

“Nossa comunidade acadêmica exige transparência no processo. Nos impediram de acompanhar a apuração e se recusaram a entregar os relatórios de votos por unidades”, afirmou a acadêmica, que reforçou o alegado pelos docentes e técnicos.

O portal tentou com contato com Marcelo Moreira e Antônio Cruvinel, mas não teve sucesso. O Mais Goiás também ligou para Adriana Ribon, que preferiu não se manifestar. A UEG foi procurada para comentar as denúncias de falta de transparência no processo e demais reclamações, mas até o fechamento deste texto não houve retorno.

Confira a nota dos docentes, discentes e técnicos na íntegra:

“A UEG mais uma vez alvo de palanque político.

UEG gera duvidas em seu pleito eleitoral, que foi realizado totalmente de forma on-line, após 60 dias de campanha eleitoral. A votação para Reitor, Diretores de Campus e Coordenadores Centrais de Curso ocorre sem transparência alguma. O processo de votação finalizou as 21 horas do dia 24 de junho e apesar de totalmente on-line, o que permitiria um acompanhamento em tempo real, os resultados foram divulgados apenas 17 horas após o encerramento.

A apuração dos votos não pode ser acompanhada por nenhum candidato, tampouco a transmissão desta apuração foi negada para a equipe da UEG TV, a que se disponibilizou a transmitir, em tempo real, garantindo a lisura, isonomia e transparência.

Ao oficializar o resultado, não foi feita a divulgação por cada unidade, campus e administração central, como fora feito nas eleições de 2016. E quando solicitado houve um certo tipo de repúdio por parte de alguns membros da comissão eleitoral, que se negam a formalizar, colocando barreiras neste procedimento.

Infelizmente a tão sonhada transparência, isonomia e autonomia, podem ainda não fazer parte da instituição.

O candidato que está em primeiro lugar, além de ser mestre, fez todo um trabalho externo com políticos regionais, utilizando a universidade como palanque. O que colocou a universidade em intervenção, permanecerá como prática caso ele seja nomeado.

Cabe lembrar que, os dois outros candidatos, diferente do primeiro que tem titulação apenas de mestre são doutores e que essa é uma composição de uma lista tríplice, portanto, os três estão eleitos e cabe ao governo a decisão final de quem irá assumir a reitoria.

A comunidade reivindica a transparência e, pede inclusive que, os critérios para a indicação sejam apresentados, sendo os três legítimos e votados pela comunidade, que também sejam pensados critérios técnicos para uma Universidade.”