GOIÂNIA

Projeto que amplia comissões deve cair junto com antecipação da eleição da Câmara

“Vamos continuar vigilantes", diz Lucas Kitão, um dos vereadores contrários ao texto

Câmara Municipal de Goiânia (Foto: Jucimar Sousa / Mais Goiás)

Com a manifestação contra o projeto que antecipa eleições, o texto principal, que prevê a ampliação de vagas em comissões e a criação da quarta vice-presidente também ficará inviabilizado. Nesta terça-feira (4), parlamentares se posicionaram contra a emenda de antecipação do pleito, que eles avaliaram que daria condições de uma nova eleição para o atual grupo, liderados por Leandro Sena, líder do Republicanos – partido do prefeito Rogério Cruz – na Casa.

Ao Mais Goiás, Leandro confirmou que, desde domingo, colhia assinaturas contra o projeto que nem saiu da Comissão Mista, ainda. Foram 25 até esta tarde de terça e a expectativa é colher mais. Questionado se houve demanda do prefeito, Leandro garante que tratou-se de uma iniciativa dos parlamentares. “Comungamos [ele o prefeito] de muitas ideias juntos, mas essa iniciativa é dos vereadores.”

Segundo ele, o grupo concorda que é democrático haver a eleição em dois anos e todos terem condições de igualdade. Ele fez questão de ressaltar, ainda, que os vereadores Lucas Kitão (PSL), Sabrina Garcêz (PSD) e Leo José (PTB) participaram ativamente da articulação da carta. “A nossa carta é contra o projeto principal, com a emenda. Mas o que mais deixamos claro é a questão da realização da eleição antecipada. São quatro meses de gestão, apenas”, reforçou.

Kitão lembra que, desde o princípio, se manifestou contra o projeto que criava vagas na mesa e nas comissões e, depois, contra a emenda que incluiu a antecipação da votação da mesa. Ele, inclusive, chegou a barrar a primeira votação pela inclusão do texto, por erro de tramitação. “Vamos continuar vigilantes, pois o preço da liberdade é a vigilância”, garante.

Interferência?

Anteriormente, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos), disse que a antecipação da eleição da Mesa Diretora da Câmara de Goiânia – projeto que já passou na comissão Mista e deve ir a plenário nessa semana – seria acompanhada de perto pelo Executivo. “A assessoria estará acompanhando de perto. Aquilo que os vereadores decidem, tem que ser sempre observado”, disse o gestor ao podcast do Mais Goiás, Poder em Jogo.

Apesar da negativa de Leandro, nos bastidores, o grupo ligado ao presidente Romário Policarpo (Republicanos) avalia que se trata de uma interferência do Paço na Câmara. Procurado, o presidente da Câmara, por meio de sua assessoria, respondeu que não irá falar sobre um projeto que não está na pauta da Mesa Diretora.

Projeto

O projeto original prevê a inclusão de um quarto vice-presidente, bem como de mais vagas em três comissões permanentes. Caso aprovada, a Comissão Mista passa a ter 23 parlamentares, enquanto a CCJ e a de Finanças, 11.

O interesse seria da atual Mesa Diretora em contemplar e se aproximar do grupo dos 14 parlamentares que votaram em Dr. Gian (MDB) para presidente da Câmara e perderam a eleição. Para quem não lembra, além de Gian Said, compunham a chapa Sargento Novandir, Leandro Sena, Paulo Henrique, Leia Klébia, Ronilson Reis, Léo José e Edgar Duarte. O gesto seria de fortalecimento e recomposição do Legislativo.

Neste texto, o vereador Juarez Lopes (PDT) incluiu a emenda pela antecipação da eleição. O texto passou, na semana passada, na Comissão Mista.