JUSTIÇA

Promotor é suspenso por compartilhar post referente a tiro contra Gilmar Mendes

Segundo Conselho, manifestação de Fernando Krebs foi de apologia criminosa. Promotor, suspenso por 30 dias, diz que punição foi desproporcional

Justiça faz requerimento para pedir inconstitucionalidade sobre cobrança do IPTU em Goiânia - (Foto: Reprodução)

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aplicou suspensão de 30 dias ao promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás Fernando Krebs por replicar mensagem no Twitter contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Retweet, fazia referência a uma entrevista em que o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ter cogitado matar Mendes “com um tiro na cara”. De acordo com a decisão, a manifestação foi de apologia criminosa, discurso de ódio e incitação à violência. Krebs diz que vai recorrer em todas as instâncias possíveis.

A mensagem foi replicada por Krebs em 2019 e havia sido publicada por outra conta no Twitter, que dizia: “Quem somos nós para julgar julgar Janot? O homem chegou mais perto de fazer a vontade do povo do que qualquer um”.

A punição ao promotor seguiu voto divergente do conselheiro nacional Luciano Nunes Maia Freire que considerou que Krebs teria descumprido deveres de manter “conduta ilibada e irrepreensível na vida pública e particular, guardando pelo decoro pessoal e zelar pelo prestígio dos Poderes da União, do Estado e dos Municípios”.

O conselheiro ainda considerou que o fato de o comentário não ter sido feito por Krebs “não elide a responsabilidade disciplinar. “Aquele que replica uma postagem ofensiva também é responsável por seu conteúdo”, apontou.

Defesa

Ao Mais Goiás, Fernando Krebs diz que a punição foi desproporcional e que irá recorrer a todas as vias possíveis. Ele afirma ainda que esse tipo de punição fere a liberdade de opinião e de livre manifestação. Além disso,  o promotor salientou que a replicação do conteúdo contra Gilmar Mendes não foi intencional e ocorreu em período em que  estava em tratamento contra um câncer.

“Houve representação criminal contra mim. Alegaram que houve crime contra a segurança nacional. Qual crime é esse? É desproporcional. Estou indignado e revoltado. Não irei me calar”, reforça.