Protagonismo de Valéria e pautas apressadas desgastam relação da Câmara e prefeitura de Goiânia

Apesar de não falarem abertamente, a relação dos vereadores da base do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) não é mais uma “lua de mel”. A tendência agora é que a tramitação de projetos importantes não ocorra mais a “toque de caixa”, como foi no caso do Código Tributário, conforme apurou o Mais Goiás.

Assim como Plano Diretor, onde houve pressão para aprovação ainda no ano passado – o que não ocorreu –, o Código Tributário gerou desgastes para a Casa ao ser aprovado em menos de 30 dias. A partir deste momento, a Câmara não deve mais aceitar esse tipo de pauta em cima da hora, podendo externalizar e reclamar, conforme apurou o portal.

Apesar de não ser o principal fator, duas situações culminaram nesse “basta”, ambas envolvendo a secretária de Relações Institucionais, Valéria Pettersen. Primeiro, ela tem buscado protagonismo no direcionamento das emendas impositivas dos vereadores, o que estaria desagradando os parlamentares, que são os responsáveis por definir a destinação.

Este protagonismo seria porque Valéria estaria de olho na vaga de deputada estadual, no pleito deste ano.

Além disso, um imbróglio recente envolvendo o R$ 700 mil do duodécimo da Câmara municipal devolvido à prefeitura teria desagradado os vereadores. O dinheiro foi destinado às obras de uma ONG ligada ao vereador Leandro Sena (Republicanos).

Porém, o problema é que tanto ele quanto Valéria revelaram que o dinheiro saiu da Câmara e deveria ser repassado a este fim, segundo reportagem do jornal O Popular. A informação do Legislativo, contudo, é que a verba devolvida é “não carimbada” e a destinação tem a palavra final do Paço municipal.

Apesar da insatisfação extraoficial com Valéria, trata-se de um recado à prefeitura – a relação não está ruim, mas há nomes que incomodam. Do fim da lua de mel. Na prática, em relação às articulações com a secretária, as coisas não devem mudar, apesar da tensão.