Próximo do colapso, prefeitos prometem ampliar fiscalização na Região Metropolitana
Novo decreto deve ser publicado neste domingo com prorrogação das medidas restritivas em Goiânia e cidades vizinhas
Prefeitos da Região Metropolitana devem publicar ainda neste domingo (7) novo decreto que amplia por mais Sete dias as medidas de restrição para conter o avanço da covid-19 em Goiânia e nos municípios vizinhos. A região conta com taxas de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) próximas dos 99%. Os chefes do Executivo prometem maior fiscalização.
Em reunião virutal realizada durante toda a tarde de sábado (6), o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), anunciou medidas mais duras para alguns segmentos. Ferragistas e lojas de materiais de construção devem fechar, por exemplo. Bares, restaurantes e distribuidoras vão poder oferecer apenas o serviço de delivery. Além disso, determinou que somente um integrante de cada familía será autorizado a entrar em supermercados.
A promessa é que, para dar efetividade às medidas, haja ampliação na fiscalização com a participação de agentes da Guarda Civil Metropolitana. Supermecados devem ser alvo de fiscalização específica após denúncias de não cumprimento de medidas de distanciamento social.
“Recebi informações de que os supermercados não estão respeitando regras sanitárias e, por isso, já solicitei uma ação rápida para conter esse erro”, disse Rogério Cruz.
Flexibilização
O decreto anterior, publicado no domingo passado (28), dizia que seria possível flexibizar as regras para funcionamento de atividades não essenciais caso a taxa de ocupação de UTI caísse para 70% por cinco dias consecutivos. No entanto, na última semana não houve diminuição. No sábado (6), Goiânia chegou a ter 99% de taxa de ocupação.
Ainda assim, a prefeitura de Aparecida, por meio de nota, anunciou que após finalizado os 14 dias, na próxima semana, deve adotar o escalonamento regional. Modelo utilizado no ano passado em que algumas regiões da cidade são fechadas durante alguns dias da semana a depender da ocupação de leitos.
O secretário de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, explicou que a capital conta com 458 leitos específicos para o tratamento da covid-19, sendo 254 de UTI e 204 de enfermaria. Mas a taxa de ocupação é muito alta. “Contratamos mais 100 leitos, via convênio com Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), e estamos neste momento credenciando profissionais para trabalhar nas nossas unidades exclusivamente no tratamento do coronavírus”, sublinhou.
Transporte Coletivo
Durante a semana, representantes do setor produtivo apresentaram proposta de paralisação do transporte público, no entanto, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DP-GO) e Procuradoria de Contas junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) se manifestaram contra a ideia e a medida não deve constar no novo decreto.
O procurador-geral de Justiça de Goiás, Aylton Vechi, afirmou que é preciso identificar para onde as pessoas estão indo para verificar a taxa de isolamento, pois vários estabelecimentos estão trabalhando com meia porta. “Se o decreto estivesse sendo cumprido, o transporte poderia estar operando em níveis sustentáveis, sem aglomeração”, alertou.
“Muitas pessoas utilizam o ônibus público para se deslocar a uma unidade de saúde, ou seja, essa é a única opção de boa parte da população para acessar os serviços essenciais”, completou Henrique Pandim, da Procuradoria de Contas junto ao TCM.