“Próximo presidente terá de enfrentar a agenda de reformas e o déficit da Previdência”, diz Marconi
Na visão do governador, o desafio é a gestão eficiente de um estado regulador, somando isso às agendas da inovação, da produtividade e da competitividade
Principal palestrante do encontro anual do Movimento Brasil Competitivo (MBC), entidade que reúne os mais importantes líderes do setor produtivo nacional, o governador Marconi Perillo defendeu hoje, em São Paulo, que a reforma previdenciária deveria ter sido feita há pelo menos 20 anos no Brasil, com regras para quem já era funcionário público e quem ainda iria ser.
Para Marconi, seja qual for o presidente eleito em 2018, ele terá de enfrentar o problema do déficit da Previdência. Ele defendeu que a reforma seja feita para os atuais servidores e para quem ainda vai entrar no serviço público. “Essa proposta que está no Congresso não vai servir nem para os atuais”. O governador argumentou que o Brasil é refém de alguns ismos: “corporativismo, populismo, fisiologismo, patrimonialismo”.
Defendeu uma nova agenda para o País, que terá de focar na solução para o problema da Previdência e no aumento da produtividade. “Essa questão da produtividade precisa estar na agenda, a agenda da privatização também”. Na visão de Marconi, o grande desafio no Brasil é a “gestão eficiente e a gestão de um estado regulador, somando isso às agendas da inovação, da produtividade e da competitividade”.
Ele assinalou que, apesar da Laja Jato, é impressionante a quantidade de pessoas que querem ocupar cargos públicos. “Acho que temos que ter um choque geral, como redução do número de senadores, de deputados federais, da chamada justiça especializada – Justiça do Trabalho, Justiça Militar”, sentenciou.
Outro tema abordado foi a questão da Segurança Pública. Ele defendeu que a União também assuma o ônus financeiro de zelar pela segurança da sociedade, fechando as fronteiras para combater o tráfico de armas e drogas, ajudando os estados a financiar as polícias civil e militar, com a consequente criação de um Fundo Constitucional de Segurança Pública.
Aos integrantes do MBC, Marconi disse que é um otimista em relação ao futuro do País. Enfatizou que “a vida não tem sido mole para ninguém que está no comando da gestão pública nos dias atuais”, ressaltando que é plenamente possível fazer um país mais justo, mais competitivo e socialmente equilibrado.
Ao explicar os níveis elevados de crescimento da economia goiana, afirmou que os incentivos fiscais foram decisivos. Em relação à questão da fragmentação política nacional, o governador avaliou que o principal problema não é o grande número de partidos que existem hoje no Brasil, mas a existência de “legendas de aluguel”, partidos que, segundo ele, fazem “qualquer negócio” numa campanha eleitoral.
Ao encerrar a palestra, Marconi ressaltou a convivência democrática com forças ideologicamente distintas, representadas pelos debatedores – Fernando Haddad, Aldo Rebelo, Paulo Hartung – enfatizando que sempre soube respeitar as visões políticas distintas das que defende.
Participaram do encontro o presidente de honra do MBC e idealizador da entidade, Jorge Gerdau; o presidente-executivo, Cláudio Leite Gastal; Paulo Hartung (PMDB), governador do Espírito Santo; Aldo Rebelo, ex-ministro e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo; João Amoêdo, fundador do Partido Novo; integrantes do Conselho Superior da entidade e líderes empresariais de todo o País, reunidos num dos auditórios do World Trade Center de São Paulo. A reunião marcou o encerramento das atividades do MBC neste ano de 2017.