PSD lançar candidato em Goiânia sem apoio de Caiado não significa rompimento com a base, avalia Francisco Júnior
Ex-deputado federal e presidente da Codego avalia rumos do partido nas eleições em 2024
No centro do debate da pré-campanha para as eleições em 2024, o PSD caminha com garantias que terá candidatura própria à Prefeitura de Goiânia, em movimento semelhante ao do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que também postula o lançamento do nome de sua base, seja com Ana Paula Rezende (MDB), Gustavo Mendanha (Patriota) ou Bruno Peixoto (União Brasil).
Para o ex-deputado federal e presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás, Francisco Júnior (PSD), ambas as movimentações são justas e não significam que seu partido terá que romper com a base caiadista. “Não tem como em todos os municípios termos uma unidade perfeita. Regionalmente e localmente, a discussão precisa acontecer de forma individualizada até por respeito às lideranças locais”, salienta em entrevista exclusiva ao Mais Goiás.
É que em Goiânia, o PSD sinaliza lançar a candidatura do senador Vanderlan Cardoso que costura os caminhos para viabilizar o projeto e deve bater o martelo com relação a sua decisão até janeiro do ano que vem. Júnior destaca que ainda não há uma conversa com o governador sobre o assunto, mas também são assuntos correlatos que não atrapalham o diálogo institucional com o Governo Estadual.
Leia a entrevista na íntegra com Francisco Júnior, presidente da Codego
MAIS GOIÁS: Seu partido está no centro do debate nesse momento pré-eleitoral e o senador Vanderlan Cardoso, cotado para ser candidato novamente, defende que a legenda não fique ‘refém’ apenas do nome dele. Como avalia isso?
Francisco Júnior: O PSD sem nenhum desmerecimento dos outros partidos, é qualificado, tem gente qualificado e tem quadros em Goiás e no Brasil inteiro. No caso para disputar a Prefeitura de Goiânia tem inúmeros bons quadros. Simeyzon, Vilmar Rocha e tantos outros que poderiamos citar aqui. O senador quer investir num projeto para a cidade convidando toda sociedade goianiense a se envolver também. Goiânia precisa de um projeto consistente e de gente competente para executá-lo. Seja quem for o nosso candidato. Seja o Vanderlan, o Vilmar Rocha ou o Ismael Alexandrino vamos estar todos empenhados em transformar essa cidade que tanto precisa.
MAIS GOIÁS: O senhor já foi candidato em 2016. Na falta de Vanderlan, colocaria o seu nome a disposição?
Francisco Júnior: Eu sou um homem público e estou sempre a disposição. Neste momento estou a frente da presidência da Codego e tenho missão muitos grandes para cumprir. Estamos lançando o Dianot e vamos acolher mais de 200 empresas aqui. É uma obra grande. Hoje eu vejo que há outros quadros que podem cumprir esse papel e terá meu apoio.
MAIS GOIÁS: Seu partido está na base do governador Ronaldo Caiado e ele tem pregado a unificação da mesma no debate eleitoral. Há chances do seu partido se acertar com ele e viabilizarem um único nome. Não teme que uma candidatura independente crie alguma animosidade entre outros partidos?
Francisco Júnior: Essa conversa ainda não aconteceu e pode acontecer de unificar os nomes, mas também podemos sair separados. O que não significa que estamos rompendo com o governo, são instâncias diferentes. Uma coisa é o governo municipal, outra coisa é o estadual e o nacional. Eu acredito que nós continuamos na base do governador Ronaldo Caiado, estamos nos esforçando e trabalhando para que Goiás dê cada vez mais certo e no momento oportuno vamos conversar não só sobre Goiânia mas sobre os 246 municípios. Não tem como em todos os municípios termos uma unidade perfeita. Teremos uma parceria política e esforço para Goiás dar certo de todas as formas. Regionalmente e localmente, a discussão precisa acontecer de forma individualizada até por respeito as lideranças locais. É uma discussão e conversa que deve ocorrer no futuro.
MAIS GOIÁS: Acha que o debate está antecipado?
Francisco Júnior: Tudo no Brasil está antecipado. Eu não sei se é o advento das redes sociais que expõe mais as pessoas que estão envolvidas no processo. Nós estamos discutindo não só em 2024. Já tem gente falando em discussões para 2026. Temos muitas pessoas que podem se qualificar para a candidatura a presidente. E nem vou longe, o nosso governador é um excelente nome para presidente da República. Temos pré-candidatos ao Senado. Tá tudo adiantado. Faz parte do processo política, independente da antecipação do discurso e da conversa, na política tem sua linha do tempo determinada. Tem o tempo certo para fazer campanha e a hora certa para começar. Isso não tem o que discutir.
MAIS GOIÁS: Na sua avaliação, qual o tempo correto para as definições?
É o tempo da legislação eleitoral. A legislação nos libera para a pré-campanha a partir do final de março e em junho se monta as coligações, as conversas se intensificam aí.
MAIS GOIÁS: Qual deve ser o mote da campanha do PSD para a eleição? Vão se aproveitar no desgate da atual administração?
O adversário não são políticos nem pessoas. Os adversários são os problemas. Os problemas de Goiânia tem se arrastando ao longo do tempo. Temos problemas na saúde, transporte, mobilidade, na educação. São inúmeros problemas e queremos apresentar soluções além de discuti-las. Temos propostas para isso e queremos apresentá-las.