MANIFESTO

PT acusa Caiado de fazer “uso político” da pandemia

“Salvar vidas e salvar a economia são faces de uma mesma moeda para o Partido dos Trabalhadores, que já mostrou que para crescer e desenvolver a economia, é preciso distribuir renda”

PT Goiás: entrar no Regime de Recuperação Fiscal é entregar Estado a Bolsonaro (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

As direções estadual do PT Goiás e PT Goiânia emitiram, nesta quarta-feira (27), um manifesto à população goiana. No documento, a legenda repudia “o uso político que o governador Ronaldo Caiado tem feito da pandemia do Coronavírus, colocando em risco a vida da nossa gente”. No texto, entre outras coisas, é ressaltada a necessidade de distribuição de renda e críticas à flexibilização ocorrida como decreto do dia 19 de abril.

“Exigimos uma postura séria do Governo Caiado e Bolsonaro para reverter o crescimento do coronavírus em Goiás. Já são 104 mortos, 2.600 confirmados e mais de 18 mil suspeitas que por falta de testes não serão confirmadas, mascarando os números reais com a subnotificação. Flexibilizaram o isolamento, não salvaram a economia nem as vidas. Nossa gente está em perigo”, escreve a presidente estadual, Kátia Maria.

Na nota do PT, é exposto que o partido não se opôs ao primeiro decreto de isolamento do governador, mas que sempre alertou para que, junto com o isolamento social, deveriam ser adotas políticas que pudessem assegurar que as pessoas que mais precisam tivessem condições de ficar em casa. Conforme descrito, as micro, pequenas e médias, precisam de apoio e aporte financeiro para atravessar essa crise. “Salvar vidas e salvar a economia são faces de uma mesma moeda para o Partido dos Trabalhadores, que já mostrou que para crescer e desenvolver a economia, é preciso distribuir renda.”

Flexibilização

De acordo com o texto, com a flexibilização o governo não salva a economia e, ainda, acelera o processo de contaminação. Destaca-se que o governador Caiado chegou a cogitar o endurecimento do decreto de 20 de abril, que trouxe algumas liberações, mas recuou após repercussão contrária de segmentos comerciais e municípios. Ele chegou a dizer que não compensava criar um decreto “letra morta”, ou seja, que não seria seguido.

“Aos exatos 23 dias de edição do decreto de 19 de abril, no dia 13 de maio, Goiás começou a amargar uma série diária de mais de cem casos só interrompida, nos dias 16, 17 e 18 (talvez por subnotificações em razão do final da semana), para voltar a crescer na terça dia 19 até chegar ao recorde de 203 casos na quarta-feira, dia 20, com oscilações nos dias 21 e 22 e aparente queda de notificações no final da semana, chegando hoje ao pior cenário, com 104 mortes, 2.691 casos confirmados e outros 18.787 suspeitas que não serão confirmadas na sua maioria por falta de testes. Afinal a curva estava, no dia 19 de abril, em franca ascensão, como previram diversos estudos. Esperamos que medidas efetivas possam ser tomadas para fazer a curva, diminuindo o número de casos e óbitos”, enumera a nota.

Em reunião com 32 prefeitos, na última semana, Caiado disse que dividira as próximas decisões com os gestores. À época, boa parte defendeu a manutenção da flexibilização do decreto de abril.

Confira a carta na íntegra, AQUI.