Punido 96 vezes na PM, Daniel Silveira foi acusado de falsificar atestados
Segundo reportagem exibida pelo "Fantástico", o deputado alegou em 2007 que estava doente e usou os atestados para faltar ao trabalho durante três semanas, no período de festas de fim de an
O deputado federal (PSL-RJ), Daniel Silveira, preso em flagrante depois de divulgar vídeo com ataques a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), sofreu 96 punições e esteve envolvido em inquérito que investigava falsificação de documentos, segundo reportagem exibida pelo “Fantástico”, da TV Globo.
As punições correspondem ao período em que atuou como soldado na Polícia Militar do Rio, por pouco mais de cinco anos e nove meses: foram 26 dias de prisão, 54 dias em detenção, 14 repreensões e duas advertências.
Em documento, a PM cita problemas como “ausência de compromisso e incompatibilidade com o serviço policial militar” e “mau comportamento” em virtude de “transgressões disciplinares”.
Ainda de acordo com a reportagem, Daniel Silveira também esteve envolvido num inquérito de fraude de documentos que investigava atestados médicos falsificados feitos com carimbo furtado de uma médica. Isso ocorreu quando ele tinha 25 anos e trabalhava como cobrador de ônibus.
Em 2007, Silveira alegou que estava doente e usou os atestados para faltar ao trabalho durante três semanas, no período de festas de fim de ano. O inquérito prescreveu.
Entenda o caso
Silveira divulgou um vídeo com ataques a ministros da Corte — em especial, a Edson Fachin, Gilmar Mendes e ao próprio Moraes. Ele foi preso em Petrópolis, cidade da região serrana do Rio, pela PF (Polícia Federal).
Nas redes sociais, Silveira confirmou que a Polícia Federal foi a sua casa, em Petrópolis. “Aos esquerdistas que estão comemorando, relaxem, tenho imunidade material. Só vou dormir fora de casa e provar para o Brasil quem são os ministros dessa Suprema Corte. Ser ‘preso’ sob estas circunstâncias é motivo de orgulho”, publicou.
Ele é investigado em dois inquéritos: o que investiga notícias falsas e ameaças contra membros do STF – caso dentro do qual a prisão foi decretada – e o que mira o financiamento e organização de atos antidemocráticos em Brasília. Em junho, o parlamentar foi alvo de buscas e apreensões pela PF e teve o sigilo fiscal quebrado por decisão de Moraes.
Em depoimento, o deputado negou produzir ou repassar mensagens que incitassem animosidade das Forças Armadas contra o STF ou seus ministros.
Na sexta-feira, a Câmara dos Deputados decidiu manter a prisão do deputado Daniel Silveira, determinada pelo STF, em sessão semipresencial no plenário da Casa: 364 deputados foram a favor da manutenção da prisão, 130 foram contra e 3 se abstiveram.
Agora, além de processo no Conselho de Ética da Câmara que pode levar à cassação de seu mandato, Silveira ainda deverá ter de responder a uma ação no PSL que pode expulsá-lo do partido. O deputado também foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e é alvo de dois inquéritos no Supremo — um por atos antidemocráticos e outro por fake news.