CORRUPÇÃO?

Voto impresso tem relação com compra de votos, diz deputada

"A quem interessa que você tenha um comprovante?", questiona Tabata Amaral

"Quando ouço sobre voto impresso, a única coisa que me vem a cabeça é compra de voto", diz deputada (Foto: Reprodução)

“Quando ouço sobre voto impresso, a única coisa que me vem a cabeça é compra de voto”, afirmou a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP). “A quem interessa que você tenha um comprovante? Que possa tirar uma foto… A quem compra voto.”

Ela diz, ainda, que “a questão voto impresso está derrotada na Câmara“. “Lideranças partidárias, além da oposição, se posicionaram”, afirma sobre parlamentares contrários à proposta de emenda Constitucional (PEC) que está na comissão especial da Câmara.

Um dos defensores da voto impresso é o deputado por Goiás major Vitor Hugo (PSL). Segundo ele, todo tema merece ser discutido em uma democracia.

“Transformar as urnas eletrônicas em dogma incontestável é ignorar milhões de brasileiros que desejam maior segurança no processo eleitoral. Fingir que tais legitimas preocupações inexistem é uma ação antidemocrática”, escreveu no Twitter nesta noite de terça (3).

Voto impresso

Em julho, a comissão especial da Câmara que votaria o voto impresso teve a sessão adiada. O presidente do colegiado Paulo Martins (PSC-PR) suspendeu o encontro por causa de cláusula regimental do parecer final do relator. O texto, que tem autoria de Bia Kicis (PSL-DF) e relatoria de Filipe Barros (PSL-PR) no colegiado, “acrescenta o § 12 ao art. 14, da Constituição Federal, dispondo que, na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.

ato ocorreu após fortes indícios que o parecer do relator, favorável ao voto impresso, seria rejeitado. A proposta é amplamente criticada pela oposição, que considera a medida uma espécie de “voto de cabresto“. Do Rio, o deputado federal Freixo (PSB) criticou a suspensão da sessão extraordinária. “Os deputados bolsonaristas rasgaram o regimento da Câmara e encerraram no grito a votação sobre o voto impresso na Comissão Especial. Bandalheira ilegal dos aliados do presidente. O parlamento não pode aceitar esse tipo de violência.”

A matéria deve ser apreciada com o fim do recesso parlamentar.

Segurança das urnas

Vale lembrar, o professor Alexandre Azevedo, que é mestre em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento com orientação em Direito Eleitoral Comparado e técnico do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO), disse ao Podcast Poder em Jogo, na última semana, que a urna eletrônica é segura. Segundo ele, além de ser auditável, funciona de forma offline após a impressão do zerésimo (comprovante que não tiveram votos emitido antes do início da votação), o que impede qualquer invasão hacker.

Inclusive, ele ressalta que a própria justiça eleitoral faz testes com hackers e estes nunca chegaram a violá-la. “Não existe nenhum inquérito na Polícia Federal sobre fraude nas urnas.”

Para ele, inclusive, uma acusação de fraude que envolve levar alguém para o segundo turno não faz o menor sentido. “Se ocorresse fraude, seria para tirar um candidato, não para levar ao segundo turno.” A afirmação tem sido feita de forma recorrente pelo presidente Bolsonaro (sem partido), mas nenhuma prova foi apresentada.