“Modelo que Caiado propõe funcionou em Rio Verde”, diz prefeito
Segundo o prefeito, a medida foi fundamental para redução da curva da Covid-19
A proposta de quarentena intermitente do governador Ronaldo Caiado (DEM) – de fechamento de atividades não essenciais por 14 dias e depois reabertura – não é novidade para Rio Verde. O prefeito Paulo do Vale informa que, desde o dia 8 de junho, esta ação é feita na cidade, sendo, inclusive, a inspiração para o Estado. De acordo com ele, os resultados foram muito positivos.
“Estamos com essa estratégia há três semanas. Iniciamos no dia 8 de junho e reabrimos no dia 22. No dia 5 de julho fecharemos novamente e ficaremos até 19.” Segundo o prefeito, a medida foi fundamental para redução da curva da Covid-19. Ainda de acordo com ele, as UTIs, hoje, estão com 36% de ocupação e os leitos de enfermaria, 51%, na rede pública. Antes da quarentena intermitente, as UTIs estavam a 40%.
Paulo ressalta, ainda, que a média de isolamento na cidade subiu de 42% para 55%. “Com isso, a cadeia de transmissão diminuiu”. Além da ação precoce, ele afirma que a testagem em massa foi crucial para reconhecer a situação do vírus. “Testagem PCR, não a rápida, que foi extremamente importante.”
De acordo com ele, a cidade também testou todos os colabores e internos de instituições de longa permanência, como asilos. “Os identificados, foram isolados”. Com todas essas medidas, ele afirma que a taxa de mortalidade no município é de 0,8%, abaixo da média nacional e do Estado.
“Então, concordamos com o Estado, que se espelhou no que está sendo feito em Rio Verde”. O decreto da cidade, vale destacar, termina em 19 de julho. No dia 15 ou 16, segundo Paulo do Vale, haverá o monitoramento dos óbitos, da ocupação de leitos de UTI e do isolamento. “Aí faremos uma enquete com a população para nortear o próximo decreto”.
Testagem em massa
Apesar de ressaltar a testagem em massa como ação de controle da Covid-19, a medida não é bem vista de forma unânime. Em coletiva na tarde desta segunda-feira (29), o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, afirmou não existe, sequer, laboratório para isso no caso de todas as indústrias. “Se colocar todos para testarem, vai faltar para quem precisa.”
Mabel explica que as empresas possuem um protocolo para os sintomáticos, que é o afastamento imediato em caso de suspeita. De acordo com ele, o local mais seguro seria, inclusive, a indústria, onde existem regras sanitárias rígidas para evitar a proliferação.
Em Rio Verde, após a testagem em massa houve a constatação expressiva de aumento de contaminação pelo novo coronavírus. Atualmente, conforme boletim epidemiológico de domingo (28), constam na cidade 6.097 casos confirmados, 5.508 curados e 53 óbitos.
Quarentena
Deve ser publicado, ainda nesta segunda-feira, um decreto que voltará a restringir o funcionamento do comércio e administração estadual temporariamente; apenas atividades essenciais serão mantidas. Haverá uma espécie de lockdown intermitente: estabelecimentos deverão fechar por 14 dias, mas poderão reabrir nos 14 seguintes. O governador pediu compreensão da população durante o período de fechamento. Municípios vão definir se irão ou não aderir.
Segundo o governador Ronaldo Caiado, “a partir de amanhã (30) implantaremos a quarentena no estado de Goiás. Peço a compreensão de todos, serão 14 dias. Peço a todos os goianos que atendam nossas solicitações. Não há espaço para oportunismo ou atitudes egoístas. Respeitem as regras”.
Ele argumentou que crises acompanham a virose, mas que ao salvar vidas haverá maior facilidade para recuperar a economia do estado de Goiás. “Nós teremos a quarentena por 14 dias e que funcionou muito bem no decreto de 12 de março. O que queremos neste momento é chegar a um patamar de isolamento de 55% e conseguiremos dar um achatamento na curva”, declarou.
Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que Estados e municípios têm autonomia para deliberar sobre restrições ou flexibilização de atividades durante a Covid-19. O governador reconhece as limitações impostas pelo STF e afirma que não vai extrapolar a competência do Estado.