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Recomendação do MPGO volta a travar empréstimo de R$ 710 milhões na Câmara

Os parlamentares da base do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) já estavam na Câmara dos Vereadores…

Os parlamentares da base do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) já estavam na Câmara dos Vereadores de Goiânia na noite desta quinta-feira (28/12) para votar o projeto que viabiliza o empréstimo de R$ 710 milhões ao Paço Municipal quando viram uma manifestação do Ministério Público de Goiás (MPGO) que recomendava a suspensão da tramitação.

Os vereadores estavam esperançosos diante da decisão favorável do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) em autorizar o andamento do projeto. A recomendação, no entanto, fez os parlamentares avaliarem e reconfiguraram a rota em direção ao Paço Municipal onde iriam se reunir com o secretário de Governo, Jovair Arantes (Republicanos), responsável pela articulação política do Paço.

A recomendação do Ministério Público de Goiás aponta irregularidades e fragilidades no projeto de lei, que, se aprovado, pode resultar em “intenso e irremediável prejuízo ao erário municipal”.

Entre os motivos da recomendação, o MPGO cita a falta de clareza na aplicação dos recursos e o fato de o valor corresponder a mais de 200% da dívida consolidada atual do Município.

O documento destaca ainda que, da análise da documentação que instrui o projeto, não se observa suficiente esclarecimento ou lastro para justificar o valor pleiteado do empréstimo. “Não se tem a menor concretude das obras pretendidas, senão a mera descrição das políticas públicas beneficiárias (educação, saúde ou pavimentação) e da indicação imprecisa da localidade das obras”, diz a recomendação.

Outro ponto que está na recomendação do MPGO é uma denúncia feita pela vereadora Aava Santiago (PSDB) junto ao órgão no qual também reforçava a “na prestação de informações essenciais sobre a operação de crédito de 1 bilhão de reais proposta pelo Município de Goiânia, prejudicando a compreensão dos motivos e a necessidade da operação financeira”.

Entre outros apontamentos, a parlamentar pontuava justamente a ausência de estudos técnicos sobre a aplicação do recurso e a “omissão na anexação de documentos cruciais para a análise da capacidade de pagamento do município ao projeto de lei, como o Relatório de Capacidade de Pagamento e o Relatório de Gestão Fiscal”, apontava.

Outro aspecto apontado pelo MP é o “atropelo” na tramitação do substitutivo, quando, na verdade, deveria ser travado o necessário debate que “assegure o amadurecimento na contratação de empréstimo de tamanha monta pelo Município de Goiânia”.

A recomendação foi expedida no âmbito de notícia de fato protocolada no MPGO indicando pontos obscuros relacionados ao projeto de lei. Foi dado prazo de 24 horas para que o presidente da Câmara Municipal informe se acolherá ou não os termos da recomendação.