LEVANTAMENTO

Rejeição a Bolsonaro cresce a chega a maior patamar desde o começo do mandato

Levantamento foi feito entre 11 e 14 de agosto com 1.000 entrevistas telefônicas com pessoas de todo o Brasil

Pesquisa: Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 54% dos eleitores (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Pesquisa XP/Ipespe indica que a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é avaliada como ruim ou péssima por 54% dos eleitores. O levantamento foi divulgado nesta terça (17). Este é o maior patamar de rejeição desde o começo do mandato. O maior índice até então havia sido registrado em julho deste ano (52%). Em julho de 2021 e maio de 2020, a rejeição atingiu picos de 50%. Nos demais meses, esteve sempre em patamares inferiores. 

23% dos eleitores avaliam o atual governo como ótimo ou bom e outros 20% como regular. 2% não souberam responder.

Nas avaliações de bom ou ótimo a queda foi de 2 pontos percentuais em relação a julho. A de ruim ou péssimo cresceu 2% no mesmo período.

O levantamento foi feito entre 11 e 14 de agosto com 1.000 entrevistas telefônicas com pessoas de todo o Brasil. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.

Queda de popularidade de Bolsonaro

Um dos motivos para a queda de popularidade do presidente é a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, mas também a tensão com Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quinta (12), Bolsonaro criticou o presidente do STF Luiz Fux por sair em defesa do também ministro Luís Roberto Barroso.

“O próprio ministro do Supremo Tribunal Federal, presidente Fux, na sua nota, disse que ‘mexeu com um, mexeu com todos’. Não é assim. Se um militar aqui faz alguma coisa de errado, eu sou militar, o que nós fazemos? A gente investiga. Se tiver responsabilidade, vai pagar o preço. Altíssimo. Agora, não pode ter corporativismo nessas questões”, disse o presidente.

Antes disso, o presidente disse que parte do STF queria a volta da corrupção e afirmou que pediria ao Senado abertura de processo contra Barroso e o ministro Alexandre de Moraes – reação após a prisão do aliado Roberto Jefferson e o aceite de queixa-crime contra o próprio presidente pela suprema corte.

Mais desgastes

Fux pediu ao procurador-Geral da República Augusto Aras, no último dia 6, que ele cumpra seu papel contra as ameaças antidemocráticas que tem sido feitas por Bolsonaro (sem partido). Em 5 de agosto, vale lembrar, o ministro disse durante sessão que não haveria mais reunião entre os chefes dos Poderes e o presidente Bolsonaro. Segundo ele, o gestor federal ataca integrantes da corte e divulga interpretações equivocadas de decisões do plenário, além de colocar suspeitas no processo eleitoral brasileiro.

“O Presidente da República tem reiterado ofensas e ataques de inverdades a integrantes desta Corte, em especial os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes (…) Diante dessas circunstâncias, o Supremo Tribunal Federal informa que está cancelada a reunião outrora anunciada entre os Chefes de Poder”, declarou.

Fux se referia a reação de Bolsonaro após ser incluído pelo ministro Alexandre Moraes no inquérito das fake news. Em tom de ameaça, o presidente afirmou que o “antídoto” para a ação não está “dentro das quatro linhas da Constituição”.

“Ainda mais um inquérito que nasce sem qualquer embasamento jurídico, não pode começar por ele [pelo Supremo Tribunal Federal]. Ele abre, apura e pune? Sem comentário. Está dentro das quatro linhas da Constituição? Não está, então o antídoto para isso também não é dentro das quatro linhas da Constituição”, disse o presidente em entrevista à rádio Jovem Pan.