Religiosos manifestam apoio aos professores que vão acampar na Alego
“Todos os profissionais e autoridades, sejam elas civis ou religiosas devem ser gratos à vossa doação de vida”
“Todos os profissionais e autoridades, sejam elas civis ou religiosas devem ser gratos à vossa doação de vida”, diz trecho de uma carta assinada pelo padre Welliton Elias da Costa, de São Luís de Montes Belos, destinada aos professores da rede pública do Estado. O apoio chega em momento que os docentes decidiram, por meio de assembleia, acampar na porta da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) na segunda-feira (16).
Originalmente, o acampamento seria montado na terça-feira (17), mas a data foi alterada. O motivo foi uma série de reivindicações, dentre elas, contra a reforma da Previdência. O padre José Moreira de Souza, de outra paróquia da cidade, também manifestou seu apoio.
“Procurado pelos representantes da classe, como líder religioso e atento às ações que devemos esperar sempre de nossos representantes, não posso me omitir diante das expectativas e lamentações dos professores, de que a reforma [da previdência] lhes imporá irreparável dano e inibirá ainda mais, a habilitação e capacitação de novos educadores”, escreveu padre José ao presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSB), em apoio aos professores.
Ainda segundo o documento assinado pelo religioso, a reforma da Previdência Estadual amplia “a retirada de direitos conquistados e perseguidos há anos, pela classe”. Além disso, ele cita que os “nossos jovens não pensam mais em se formar para serem professores, pois nascem e crescem ouvindo que os profissionais são responsáveis pela educação de quem os governa, porém, não são valorizados – o que nos fazer ter a certeza, de que retirando-lhes direitos, o futuro será muito pior”.
Ingratidão
Padre Welliton, por sua vez, diz que a reforma é entendida como “um sacrifício e uma ingratidão àqueles que mais merecem nosso reconhecimento”. Para ele, as coisas boas que florescem na sociedade foram plantadas pelos professores.
“Nós como Igreja Católica continuaremos sendo uma postura pública que luta pela dignidade e reivindicação dos direito dos nossos cidadãos. Em especial daqueles que garantem o nosso futuro próspero e feliz.”
Manifestação
Na última quarta-feira (11), servidores da Educação do Estado de Goiás e trabalhadores da indústria e comércio ocuparam a entrada da Alego e seguiram para a Praça Cívica por várias demandas. Na pauta: os impactos da Reforma da Previdência, Reforma Administrativa e alteração do estatuto do servidor, matérias presentes no legislativo goiano.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego), Bia de Lima, afirmou que a manifestação é “o começo de uma grande luta para garantir o direito dos servidores públicos, do pessoal da educação”. Segundo ela, as matérias que tramitam na Casa de Leis, se aprovadas, vão retirar o quinquênio dos trabalhadores, mandato classista, direito de aposentadoria, além da licença-prêmio. “É inadmissível que os deputados façam isso”, declarou.