Representante da Saneago na Assembleia é contra o Marco Legal do Saneamento
O deputado estadual Rubens Marques (PROS) afirma que com a aprovação do projeto as empresas privadas não vão investir nos pequenos municípios
O representante do saneamento público na Assembleia Legislativa de Goiás, deputado estadual Rubens Marques (PROS) conversou com o Blog Poder em Jogo e afirmou que é contra o novo marco legal do saneamento aprovado, na noite desta quarta-feira (24), no Senado Federal. Rubens argumenta que um dos problemas da projeto é o enfraquecimento das estatais e a abertura para as empresas privadas, já que a matéria prevê a obrigatoriedade da abertura de licitação.
No país, 94% das cidades brasileiras são atendidas por estatais e apenas 6% por empresas privadas. Em Goiás, a Saneago é a responsável pelo fornecimento de água em 226 municípios do Estado. Funcionário de carreira da estatal goiana, Rubens acredita que o novo marco legal vai prejudicar os pequenos municípios, já que as empresas privadas vão investir apenas nas grandes cidades que geram mais lucros.
“A Saneago, por exemplo, tem o compromisso com a prestação do serviço para os goianos sem visar o lucro. As empresas privadas vão querer investir em grandes cidades, onde há retorno financeiro. Nos municípios pequenos, as empresas privadas não vão querer fazer investimentos. Não existe essa de universalização da água com a aprovação do novo marco”, avaliou.
Rubens defende ainda que não tem sentido em privatizar empresas que realizam um bom serviço para a população. “A Saneago é uma empresa eficiente e que presta um bom serviço aos goianos. Não há sentido em seguir o marco e privatizar esse trabalho que é essencial.”
O deputado reforça que vários países europeus que privatizaram os seus sistemas de abastecimento de água estão voltando atrás. “Na Europa, vários países querem reestatizar o serviço. Países latinos como o Chile e o México, que já passaram pelo processo de privatização, sofrem com os altos preços da água. Não há sentido em privatizarmos nossas estatais. Sou totalmente contra esse projeto.”