Retomada de eventos não deve ser alvo de bandeiras políticas, diz secretário
Tema é alvo de demanda entre as entidades do setor e decisão para liberação foi cobrada em sessão da Assembleia Legislativa. Para Ismael Alexandrino, titular da SES, assunto precisa ser tecnicamente discutido
A retomada de eventos e festas em Goiás pode ser uma das pautas na próxima reunião do Centro de Operações Especiais (COE) em Saúde Pública, que discute medidas de combate à pandemia de covid-19 no estado. O tema é alvo de demanda entre as entidades do setor e decisão para liberação foi cobrada em sessão da Assembleia Legislativa pelo deputado Thiago Albernaz (Solidariedade), na última quinta-feira (11).
O secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, no entanto, avalia que a decisão precisa ser bem discutida tecnicamente por todas representatividades do COE. ” [A decisão] não deve ser alvo de bandeiras políticas”, disse em entrevista ao Mais Goiás.
Alexandrino afirmou ainda ter recebido representantes do setor e ser sensível ao tema “até por gostar muito e ter vários amigos no segmento”. Mas reforça que é preciso agir ponderadamente e buscar soluções conjuntas para um assunto complexo, e não com polarizações.
“Não deveremos cair na armadilha de sermos ‘a favor’ ou ‘contra’. Essa dicotomia é superficial e não abrange todos os pontos necessários da discussão. Estamos abertos ao diálogo e à construção coletiva respeitando pontos de vista, ponderando cenários e sempre respeitadores de opiniões leigas, mas sem perder ou distanciar de análises técnicas”, afirma o secretário.
Alego
Em pronunciamento, Thiago Albernaz apontou que são 176 dias desde o primeiro decreto que paralisou todas as atividades econômicas, essas que já foram quase todas autorizadas a retornar, mas que o setor de eventos e festas ainda não conseguiu voltar ao trabalho.
Albernaz garantiu que existe protocolos sanitários para que as atividades sejam retomadas com segurança e que está buscando construir uma retomada a “muitas mãos”. Ele diz não defender a volta de eventos “que reúnem milhares de pessoas”, como shows. “É preciso estabelecer um protocolo com número pequeno de participantes, para a retomada da atividade”, aponta.
No início do mês passado, o líder do governo Iris Rezende (DEM) na Câmara, o vereador Welington Peixoto (DEM) encaminhou um requerimento ao Comitê de Crise da prefeitura em que pede aos auxiliares de Iris que iniciem estudo para decidir se é viável permitir que shows voltem a acontecer na capital.
Segundo boletim, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde na tarde de quinta-feira (10), Goiás possui 157.180 casos de covid-19 confirmados e 3.627 mortes.