BOLSOLÃO

Revista diz que Vanderlan fez repasses à cidade mineira, mas senador desconhece

Segundo reportagem, goiano fez dois repasses aos sobrinhos de prefeito de Betim, seu colega de partido

Internado desde segunda com Covid e dengue, Vanderlan recebe alta (Foto: Divulgação)

Segundo reportagem da Revista Crusoé, o “Bolsolão” – como têm sido chamadas as verbas paralelas (disfarçadas de emendas parlamentares) para compra de apoio de congressistas pelo governo Bolsonaro, conforme mostrou o Estadão – também chegou a Goiás. A reportagem desta sexta (14) informou que o senador Vanderlan Cardoso (PSD) seria um dos beneficiados e teria repassado à cidade mineira de Betim R$ 633,5 mil, por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) – mais precisamente à empresas de sobrinhos do prefeito Vittorio Medioli, também do PSD. O congressista de Goiás desconhece.

Por nota, Vanderlan declarou que “não conhece e não tem nenhuma relação com entes da cidade de Betim/MG”. Ele, inclusive, vai pedir uma investigação para apurar porque o nome dele está sendo citado em dois repasses apontados pela revista. “O senador Vanderlan Cardoso informa que todos os recursos liberados foram exclusivamente destinados a municípios goianos”, complementa o texto oficial do congressista.

A matéria afirma, contudo, que dois sobrinhos do prefeito de Betim aparecem como donos da LLM Locação de Veículos, que recebeu R$ 633,5 mil da Codevasf – a firma faz parte do conglomerado do qual o prefeito é proprietário –, supostamente, a pedido do senador goiano, por meio de dois repasses.

A prefeitura da cidade, à revista, disse que não poderia responder sobre assuntos privados de Vittorio Medioli, gestor da cidade. Já a LLM afirmou que tudo foi feito “dentro das normas da legislação vigente”.

Além de Vanderlan, outros senadores do PSD teriam destinado quantias a Medioli, que é tratado na reportagem como “amigo do presidente Bolsonaro” e “multimilionário”.

Bolsolão

Segundo reportagem do Estadão, no domingo (9), existe um esquema de um orçamento secreto montado pelo presidente para conseguir apoio no Congresso e atropelar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

A reportagem informou que houve a liberação sigilosa de R$ 3 bilhões para serviços de obras e compras de tratores e máquinas agrícolas indicados por um grupo escolhido a dedo de deputados e senadores, no fim ano passado.

O esquema, segundo a reportagem, ocorreu por meio de um novo tipo de emenda de relator-geral do orçamento, ou emendas de relator – neste caso, parte dos gastos anuais do governo são aplicados conforme indicação do parlamentar escolhido (um aliado) para ser o relator do orçamento federal. Do total de repasses previstos, R$ 271,8 milhões foram destinados à aquisição de máquinas pesadas por preços até 259% acima dos valores da tabela de referência do governo válida para 2021. O esquema ficou conhecido como “tratoraço”.