Política

Rogério Cruz não termina o mandato se romper com o MDB

Eu tinha certeza que isso aconteceria, mas preciso me assumir surpreso pela velocidade com que…

Eu tinha certeza que isso aconteceria, mas preciso me assumir surpreso pela velocidade com que aconteceu: começaram os atritos entre Rogério Cruz e o MDB no Paço Municipal. O prefeito cedeu às pressões do Republicanos, braço político da Igreja Universal do Reino de Deus, e nomeou Arthur Bernardes do PSD do Distrito Federal para o lugar de Andrey Azeredo na Secretaria de Governo.

Cá entre nós, achei o gesto bastante ousado, no limite da irresponsabilidade. Colocar na pasta responsável pela articulação da Prefeitura junto à Câmara de Goiânia alguém que sequer sabe o nome dos vereadores é temerário. Andrey é goianiense, já foi vereador, presidente do legislativo municipal e secretário do Paço em diversas gestões. Sabe quem é quem na Câmara, qual base ou região da cidade cada parlamentar representa e é nome forte do MDB na cidade. Detalhe: partido com o maior número de vereadores.

Pode ser que Bernardes seja um Pelé da política e surpreenda. Talvez. Mas o que temos agora é um forasteiro que, sem GPS, não sabe em que ponto pega o Eixo Anhanguera. Para conversar com os vereadores, vai precisar de ajuda dos universitários. Pode até dar certo, mas será difícil. Com Andrey, a coisa já estava azeitada.

Paulo Garcia sentiu na pele o que é ter o MDB na oposição. Trata-se do partido que mais vezes venceu o pleito na capital desde a redemocratização. O PT, com bases muito mais sólidas que o Republicanos em Goiânia, sofreu horrores com o MDB de adversário. Imagine o que não passará o Republicanos, sem base ou militância na capital.

Goiânia tem um prefeito acidental, que só está onde está por conta de um trágico acidente do destino. Romper com o partido que o colocou no cargo que ocupa não é inteligente. Existe a chance real da administração de Rogério Cruz “crivellar”. Se bem que essa comparação é injusta com o ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella. Os votos que o levaram à prefeitura e à tétrica administração que cometeu eram de fato do bispo da Universal. Esse definitivamente não é o caso de Rogério.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Paulo José