SÃO PAULO

Russomanno derrete e cai para 20% em SP, e Covas chega a 23%, diz Datafolha

A primeira pesquisa Datafolha para prefeito de São Paulo publicada após o início do horário…

A primeira pesquisa Datafolha para prefeito de São Paulo publicada após o início do horário eleitoral mostra queda das intenções de voto em Celso Russomanno (Republicanos), que pela primeira vez aparece numericamente atrás de Bruno Covas (PSDB).

​Russomanno perdeu sete pontos percentuais desde a última pesquisa, que foi publicada em 8 de outubro, véspera do início da propaganda de rádio e TV. Ele tinha 27%, e agora marca 20%.

Covas foi de 21% para 23%, o que significa uma situação de empate técnico entre os dois candidatos, uma vez que a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

O instituto ouviu 1.204 eleitores paulistanos em 20 e 21 de outubro. A pesquisa foi feita em parceria com a TV Globo.

Chama a atenção a desidratação de Russomanno, que tinha 29% na pesquisa finalizada em 22 de setembro. Ou seja, em um mês, ele, que conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, perdeu 1 em cada 3 de suas intenções de voto.

O Datafolha ainda reserva mais algumas notícias negativas para o deputado federal, que já concorreu a prefeito em 2012 e 2016. Sua rejeição cresceu de 29% para 38% desde a última pesquisa, o maior salto entre os candidatos. Há um mês, era de 21%.

Além disso, Covas ultrapassou Russomanno em uma simulação de segundo turno entre os dois candidatos, liderando por 48% a 36%. No levantamento anterior, o candidato do Republicanos tinha 46%, contra 40% do atual prefeito.

O deputado federal foi criticado nos últimos dias por ter dito que moradores de rua, por não tomarem banho, têm maior resistência a contrair a Covid-19, o que não conta com comprovação científica.

Além disso, nesta semana a Folha mostrou que ele usou uma servidora de seu gabinete na Câmara para fechar às pressas acordos trabalhistas com ex-funcionários de uma de suas empresas, perto do início da campanha.

O Datafolha mostra que a disputa pelo terceiro lugar permanece acirrada, com dois candidatos em situação de empate técnico, e ambos tendo oscilado positivamente dois pontos percentuais: o líder sem-teto Guilherme Boulos (PSOL) foi de 12% para 14%, enquanto o ex-governador Márcio França(PSB) agora tem 10%, contra 8% no levantamento anterior.

A diferença entre Russomanno (20%) e Boulos (14%) fica no limite da margem de erro da pesquisa, mas um empate nesses casos extremos é considerado improvável pelo instituto.

Num patamar inferior, e com alguma distância com relação ao pelotão de cima, surgem diversos candidatos em situação de empate técnico. Destaca-se nesse grupo o ex-deputado federal Jilmar Tatto(PT), que saiu de 1% para 4%.

O índice ainda está muito abaixo do patamar histórico do PT na cidade, mas o avanço indica que a estratégia de vincular Tatto ao partido e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter algum resultado.

Ele já obtém 20% entre os eleitores que se declaram petistas, e aparece no encalço de Boulos, que consegue 23% nesse segmento.

Com os mesmos 4% aparece o deputado estadual Arthur do Val (Patriota), que passou a usar o título de seu canal do YouTube, Mamãe Falei, ao nome. A deputada Joice Hasselmann (PSL) obteve 3%, e o ex-vereador Andrea Matarazzo (PSD) ficou com 2%.

Ainda nesse pelotão inferior, mas tecnicamente empatados, surgem Levy Fidelix (PRTB), Orlando Silva (PC do B), Marina Helou (Rede) e Vera Lucia (PSTU), com 1% cada.

Antonio Carlos (PCO) e Filipe Sabará (Novo) —cuja candidatura é posta em dúvida, uma vez que ele foi expulso de seu próprio partido— não chegaram a 1%.

Declararam a intenção de votar em branco ou anular 13% dos pesquisados, enquanto 3% se disseram indecisos.

A pesquisa mostra que Covas se destaca no eleitorado de mais de 60 anos de idade, no qual obtém 30%, o que pode ser um reflexo da lembrança de seu avô, o ex-prefeito e ex-governador Mario Covas, morto em 2001. Também vai bem no segmento cuja escolaridade é o ensino fundamental, com 28%.

Russomanno, por sua vez, consegue índice melhor no segmento que tem renda mensal de até dois salários mínimos, no qual chega a 25%. O candidato tem reforçado o discurso para as camadas mais baixas, prometendo uma versão municipal do auxílio emergencial do governo federal.

Ele também vai bem entre os evangélicos, com 31%, reflexo do elo de seu partido com a Igreja Universal do Reino de Deus, embora o candidato se declare católico. A ligação com Bolsonaro o leva a ter 34% entre os eleitores que avaliam como boa ou ótima a performance do presidente no combate à pandemia.

Já Boulos mostra que, embora tenha despontado num movimento com atuação na periferia, o MTST, consegue desempenho bem melhor entre setores progressistas das classes média e alta.

Ele marca 25% entre quem tem curso superior e 28% no segmento que ganha mais de dez salários mínimos mensais.