2018

“A política do PT é de dar rasteira”, afirma Ciro Gomes

O ex-ministro esteve em Goiânia e participou da abertura do Congresso Estadual da Central dos Sindicatos Brasileiros

Com discurso de candidato à presidência da República em 2018, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) fez diversas críticas ao governo de Michel Temer durante a abertura do Congresso Estadual da Central dos Sindicatos Brasileiros, nessa terça-feira (12), em Goiânia. Para o ex-ministro, as mudanças são feitas fora de hora e por “pessoas que não fazem mais parte do jogo”.

“Estamos sob um golpe de estado. Colocaram a população para fora e começaram a discutir o assunto. Tem 14 milhões de desempregados no Brasil. A reforma nos tira do trabalho moderno e nos leva à época em que o empresário tinha poder desproporcional”, afirmou Ciro Gomes em entrevista coletiva.

Questionado sobre sua candidatura à presidência em 2018, o ex-ministro afirmou que a decisão final caberá ao PDT. “Nos últimos anos, tenho dito que não quero mais ser candidato. Mas se meu partido decidir que devo entrar, vou me candidatar sim”, ponderou.

A relação próxima entre o ex-ministro e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad tem levantado especulações sobre a formação de uma chapa liderada pelos dois na eleição de 2018, mas Gomes afirmou que dificilmente a parceria seria firmada por causa de momentos complicados que ele viveu quando se aliou ao PT. “Tenho afeição pelo Haddad, mas a política do PT é de rasteira”, disse.

Ainda sobre 2018, Gomes afirmou que se Lula for candidato, prestará um desserviço ao Brasil. Para o ex-ministro, se este for o cenário, a eleição será marcada pelo ódio e por discussões sobre quem é responsável por empoderar Cunha e Temer. “Se o Lula for candidato, não vai ter debate sobre o futuro do Brasil. Vou ficar lá gritando sobre políticas de crescimento e ninguém vai ouvir”, afirmou o ex-ministro.

Na oportunidade, Gomes criticou também a Reforma da Previdência. De acordo com ele, a proposta “é um remendo”, já que prevê a economia de 10 milhões de reais, sendo que o déficit passa de R$ 100 milhões. “Como exigir que um professor dê aula por 49 anos ou que um policial enfrente a violência na rua quando já é idoso? Como comparar um trabalhador rural com uma pessoa que trabalha sentada em uma sala com ar condicionado? Onde existe isso no mundo? Se alguém me mostrar, eu me calo”, concluiu.