Cultura goiana

Secretário de Cultura quer criar estratégias para que Goiás lucre com o Sertanejo

O intuito é que a exploração gere dividendos que posteriormente serão investidos em outras manifestações culturais não-comerciais

O novo secretário de Cultura de Goiás, Edival Lourenço, disse ao Mais Goiás que pretende criar estratégias para que o estado lucre com o Sertanejo. A intenção é viabilizar a exploração positiva da indústria já existente, das atividades e dos lucros que o gênero musical traz para o estado.

“Não é pegar dinheiro da Cultura, que já é pouco, e financiar o sertanejo, que já tem o viés comercial bem garantido”, afirma. Segundo ele, o gênero musical é um dos grandes contribuintes do Produto Interno Bruto de Goiás. A intenção é converter os lucros para investimentos nas artes e a outros tipos manifestações culturais que não têm o mesmo viés comercial.

O secretário enfatiza que vai dialogar com os segmentos interessados, principalmente por meio de audiências públicas. Segundo ele, não será um processo impositivo: “porque isso é antidemocrático, nós queremos chamar todo mundo para a discussão”.

O intuito, segundo Edival, não é criar impostos para o segmento sertanejo. Ele cita países como os Estados Unidos e a Inglaterra, que investem em turismo de gêneros musicais como o Blues e o Rock. E ressalta a presença de grandes estúdios instalados na capital, bem como a vinda de artistas de todo o País com o intuito de investir na carreira.

Neste sentido, o diálogo entre a Secretaria de Cultura e o Turismo será essencial. “Muitos fãs vêm a Goiás atraídos pela música sertaneja. Chegando aqui, eles não encontram uma estrutura montada para ver como funciona todo o processo [de produção/gravação]”, explica.

Interiorização

Outra proposta de Edival é focar nas cidades do interior e no investimento nos talentos locais. O secretário ainda pretende criar uma agenda específica de atividades e ações culturais em cada um desses lugares.

“Que os rincões possam perceber que o estado está chegando lá, por meio de suas ações culturais. Não será só levar pessoas daqui para se apresentar no interior, mas integrá-los com os artistas locais. A intenção é criar um calendário do interior”, explica.

Ele ainda pretende criar a figura dos “embaixadores da cultura do estado”: buscar contatos com goianos que moram fora e quem têm “simpatia por Goiás”. “Trocar figurinhas: artistas de fora se apresentarem aqui e artistas daqui se apresentarem fora. O intuito, é mesmo, criar um ambiente de troca de conhecimento e dar m novo aspecto de efervescência cultural ao estado”, finaliza.

Sobre o pagamento de artistas e dos prêmios Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental de 2018, o secretário afirma que tem se inteirado sobre as finanças, mas adianta que a pasta não terá prioridade em relação às demais dívidas do estado.

Edival foi empossado nesta quarta-feira (2) como secretário de Educação, Cultura e Esporte. Essa é a antiga estrutura, nos moldes do governo tucano, que deixou o poder depois de 20 anos.
Ronaldo Caiado (DEM), que assumiu no dia 1º de janeiro, vai realizar uma reforma administrativa e, ao todo, serão 17, ao invés de dez secretarias. A pasta de Cultura será desvinculada de Educação e Esporte. Cada uma delas será autônoma, com secretários e equipes próprias.