FUROU A FILA

Secretário de Saúde de Pires do Rio pede exoneração após vacinar esposa

Assis Silva Filho afirmou que a mulher era voluntária na saúde e que só tomou decisão por "amá-la demais"

MP-GO investiga se secretário de Saúde de Pires do Rio também furou a fila da vacina

O secretário de Saúde de Pires do Rio, Assis Silva Filho, pediu exoneração do cargo no domingo (24). Ele foi alvo de polêmica na última semana ao furar a fila da vacina contra a covid-19 no município e imunizar a própria esposa, que não pertence ao grupo prioritário. O Ministério Público do Estado de Goiás investiga o caso.

Assis Silva diz que a decisão de deixar o cargo é de caráter “irrevogável” e “irretratável” e de cunho pessoal. O ex-secretário chegou a fazer uma live para se explicar sobre a vacinação irregular.

“Ela me acompanha em todas as unidades de saúde. Praticamente se tornou uma voluntária na prestação de auxílio juntamente comigo. Quero me redimir por tudo o que aconteceu. Peço desculpas a Deus. Foi com intuito apenas de resguardar e preservar a saúde da mulher da minha vida”, disse na ocasião.

Afastamento

Ainda na sexta-feira (22), o juiz José dos Reis Pinheiro Lemes, de Pires do Rio, havia acolhido pedido do Ministério Público e determinado o afastamento de Assis Silva Filho. O promotor de Justiça, Marcelo Borges Alves, aponta que houve possíveis crimes de abuso de autoridade e prevaricação.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, Pires do Rio recebeu 280 doses da vacina Coronavac.

O Ministério da Saúde estabeleceu que, nesta primeira fase, grupos prioritários devem ser vacinados contra a covid-19. São eles: profissionais da saúde; pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência (institucionalizadas); pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência e residentes em Residências Inclusivas (institucionalizadas); além de população indígena vivendo em terras indígenas.

Fura-fila

O procurador-geral de Justiça de Goiás, Aylton Vechi, apontou na sexta-feira que casos de pessoas que furam fila na vacinação contra covid-19 no estado podem resultar em prisão por abuso de autoridade. O Ministério Público investiga os casos que forem denunciados.