ELEIÇÃO

Sem citar nomes, Fachin pede um ‘basta à desinformação e ao populismo autoritário’

Declaração foi dada pouco depois de Bolsonaro atacar a Justiça Eleitoral em reunião com embaixadores

Sem citar nomes, Fachin pede um 'basta à desinformação e ao populismo autoritário' (Foto: TSE)

Minutos após o presidente Jair Bolsonaro (PL) fazer uma apresentação para embaixadores com uma série de ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, rebateu as acusações feitas pelo presidente e chamou o episódio desta segunda-feira de “encenação”.

Sem citar o nome de Bolsonaro, mas em um discurso bastante duro, que durou cerca de 40 minutos, Fachin disse que é preciso dar um ‘basta à desinformação e ao populismo autoritário”. O presidente do TSE classificou a apresentação do presidente, que divulgou informações sobre um suposto ataque hacker às urnas, como uma tentativa de “sequestrar a ação comunicativa e sequestrar a opinião pública e a estabilidade política”.

— É muito grave a acusação de fraude, a acusação de má fé, mais uma vez sem apresentar prova alguma — afirmou Fachin, na abertura de um evento da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná.

Em seu discurso, Bolsonaro voltou a fazer acusações infundadas sobre a segurança e a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. Bolsonaro decidiu se encontrar com embaixadores depois que Fachin fez uma reunião com algumas representações e, segundo o presidente, ter atacado à Presidência da República de forma indireta. Ele chegou a chamar a iniciativa do ministro de “estupro à democracia”.

— Não é o TSE que conta os votos, é uma empresa terceirizada. Acho que nem precisava continuar essa explanação aqui. Nós queremos obviamente, estamos lutando para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro — disse o presidente.