“Senti muito medo de morrer”, disse vereadora Luciula sobre fala de deputado
“Senti revolta e muito medo de morrer”, disse a vereadora de Goiânia Luciula do Recanto…
“Senti revolta e muito medo de morrer”, disse a vereadora de Goiânia Luciula do Recanto (PSD) sobre as declarações do deputado estadual Amauri Ribeiro (Patriota). Segundo a coluna Xadrez, de O Hoje, o parlamentar da Assembleia Legislativa disse na tribuna que Luciula merecia um “tiro na cara”.
Segundo a coluna, a crítica foi feita por ela ter acionado a Guarda Metropolitana e a Agência Municipal de Meio Ambiente, em denúncia contra uma rinha de galo, na Capital, quando constataram maus-tratos. “Eu fico puto quando vejo uma vereadora invadindo a casa de um cidadão, que se diz protetora de animais, sem ter ordem judicial. Pra mim, merecia um tiro na cara”, disse na tribuna da Assembleia ao comentar sobre a titularização de terras de assentados no Estado e direito à propriedade.
Ao Mais Goiás, a vereadora disse estar apavorada com a situação. “Não é de hoje que sofro ameaças de morte, inclusive contra meu filho. Desde que participei do resgate dos galos de rinha, no qual eu fui a fiel depositária. O Amauri Ribeiro se sentiu afrontado, porque é a favor de rinhas. Tenho medo das ameaças dele, ele não está de brincadeira.”
A vereadora disse, ainda, que viu machismo nas declarações. “Alguém que diz que mereço estar morta e levar um tiro não tem equilíbrio emocional e caráter”, declarou e completou: “Todas as medidas legais e cabíveis serão tomadas, inclusive, vamos pedir escolta policial e medidas protetivas. Me encontro em endereço desconhecido, mudando toda rotina, tenho pavor deste homem e suas ameaças estão me deixando em pânico.”
Suporte a Luciula
“A Câmara Municipal em sua totalidade está me dando todo amparo legal e emocional. Todos os vereadores e nosso Presidente Romário Policarpo me ligaram, foram ao meu encontro me dando todo suporte. Eles estão muito revoltados e espantados com tamanha crueldade que sofri de um parlamentar que deveria dar exemplo e ter ponderação em suas palavras e atitudes”, relatou Luciula.
Ela disse, ainda, que se sente muito amada, pois está recebendo milhares de mensagens de carinho e apoio. “Não só de mulheres, mas de homens que não concordam com esta postura tão odiosa e sem escrúpulos”, relatou. Por fim, ela diz que o deputado precisa desenvolver seu mandato de forma séria, produtiva e benéfica, usando a tribuna para proteger o povo e garantir seus direitos e não incitar o ódio e a violência.
Por nota, na sexta, a Câmara Municipal de Goiânia repudiou as declarações do deputado. O texto foi assinado pela Mesa Diretora. Segundo informado, o Poder Legislativo tomará as medidas jurídicas cabíveis em resposta às manifestações “intimidatórias” e “em tom de ameaça” de Amauri contra a vereadora. Ao Mais Goiás, o presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota), afirmou que a Casa não deve convocar Amauri. As medidas, segundo ele, ficarão apenas na esfera judicial, conforme a nota. Ele também disse que conversa com o presidente da Assembleia, Lissauer Vieira (PSB), para achar.
Versão do deputado Amauri
Ao portal, Amauri Ribeiro disse que nunca foi a favor de rinha de galos, mas do criatório, que era o que ocorria na casa invadida. “E sobre o ‘tiro na cara’, eu falei que se alguém invadisse a minha casa, sem mandato e sem ser a polícia, eu faria isso”, explicou.
Ele garantiu, ainda, que a vereadora não precisa temer pela vida. Porém, afirmou que ela responderá na esfera judicial. “Eu tenho nojo de vitimismo.”
Segundo ele, pessoas ligadas a ONGs e sem mandado arrebentaram o portão do homem, que na verdade era a vítima, pois não trabalhava com rinha de galos. “Rinha é proibido, mas criatório não é. Essa vereadora arrombou um criatório.”
Amauri disse, ainda, o homem e a sobrinha de 16 anos foram presos pela Guarda Civil Metropolitana (GCM). “O homem é um coitado. Prenderam ele e vão responder por isso. Eu nem conhecia ele, mas sou contra o ‘grande’ humilhar o pequeno”, desabafou.
“E digo mais: quero que me mostre o mandado para fazer o que fez. Se tiver, eu renuncio. E mesmo que tivesse, teria que entrar é com a polícia. Tudo que foi feito após arrebentar o portão foi ilegal.”