Sérgio Camargo, da Fundação Palmares, é investigado por assédio moral
Inquérito foi aberto pelo Ministério Público do Trabalho após denúncias de supostas perseguições ideológicos por parte do presidente
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, está sendo investigado por suspeita de assédio moral contra funcionários. O inquérito foi aberto pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) no Distrito Federal.
O procurador vai ouvir mais de uma dezena de pessoas para saber detalhes do que está ocorrendo no órgão. A apuração, que está em sigilo, foi aberta após o MPT receber denúncias sobre suposta perseguição ideológica por “opiniões e posições políticas” diversas das de Camargo.
A investigação ficou por semanas paralisada por causa da fundação.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, o órgão estava se recusando a enviar as informações exigidas no inquérito. O MPT teve que ir à Justiça cobrar os dados solicitados.
Entre os pedidos, o procurador do caso quis acesso a contatos e lotação de servidores da fundação e a lista daqueles que se desligaram em 2020.
Ao pedir os dados, o Ministério Público afirma que a apuração é necessária porque os fatos denunciados são graves e violam a Constituição Federal.
O objetivo da investigação seria “aferir a veracidade e a extensão da lesão denunciada”.
No questionário dirigido aos servidores, o MPT faz perguntas gerais sobre funções desempenhadas na fundação, relação com o chefe e, em especial, sobre uma reunião em que Camargo teria chamado o movimento negro de “escória maldita”.
O áudio da reunião foi publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Sobre a reunião, o procurador questiona qual foi a reação das pessoas com a fala do presidente e se houve perseguição “de negros ou esquerdistas” na fundação após o encontro.
Procurada, a Fundação Palmares não respondeu até a publicação da reportagem.