Greve?

Sindicatos aguardam negociações com o Governo Estadual mas não descartam greve

A proposta de parcelamento da folha de dezembro, feita quinta-feira (3), foi rejeitada pelos representantes dos servidores estaduais

Sindicatos que representam os servidores estaduais de Goiás em diferentes áreas não descartam a possibilidade de manifestações e greves. Contudo, aguardam novas negociações com o Governo Estadual para tratar sobre o pagamento do salário de dezembro de 2018. Só depois farão qualquer posicionamento concreto sobre possíveis mobilizações ou paralisações.

O próximo encontro entre a equipe do governador Ronaldo Caiado (DEM) e o Fórum Estadual de Defesa dos Servidores Públicos de Goiás dos servidores está agendada para o próximo dia 17 .“Nós não descartamos nenhuma mobilização. Mas tudo é possibilidade. Qualquer mobilização será importante, mas a tarefa principal é esgotar todas as negociações [junto ao Governo Estadual]”, afirma a tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado de Goiás (Sintego), Iêda Leal. “Todo o funcionalismo público se preocupa porque a fala é de dar um calote no nosso pagamento. Ninguém trabalha de graça”, completa.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde/GO), Flaviana Alves, disse que as posições dos sindicalizados divergem entre si e uma
assembleia será convocada para o dia dez. “As posições estão muito diversas. Vamos convocar a assembleia, porque ela é sempre soberana”, explica.

“O Sindpúblico está aguardando, pelo menos até o dia 10. O atraso começa após o dia 11, segundo a Lei”, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Goiás. Diferente do Sindsaúde, o Sindipúblico vai aguardar o cumprimento (ou não) da Lei para então convocar assembleia ou iniciar diálogos sobre greve.

Professores estaduais ligados ao grupo independente chamado “Mobilização de Professores Goiás”, se organizam para uma manifestação no dia 11 de janeiro. Segundo um dos integrantes, Thiago Oliveira Martins, eles participaram das ocupações nas escolas contra as Organizações Sociais (OSs), em 2016. O grupo ainda teria uma reunião marcada com a secretária de Educação, Fátima Gavioli, neste sábado (5). A pauta principal é o salário de dezembro de 2018. O grupo não é ligado ao Sintego

Entenda

Na última quinta-feira (3), os sindicatos rejeitaram a proposta de parcelamento para quitar a folha de dezembro. A Secretária da Fazenda, Cristiane Schmidt, afirmou que não há dinheiro em caixa e que a solução será encontrada em conjunto com uma equipe do Governo Federal. Segundo Nylo, do Sindipúblico, Cristiane teria dito que busca adiantar a reunião para o dia 7, na próxima segunda-feira.

Os pagamentos para servidores que recebem acima de R$ 3.500 deveria ser feito até o dia 10 de janeiro de 2019. Contudo, a secretária da Fazenda afirma que o empenho não foi feito pelo governo de José Eliton (PSDB), que deixou o poder no último dia 1º. Segundo ela, foram empenhados apenas os valores para o pagamento dos salários dos servidores Legislativo e do Judiciário.

“Esses devem ser pagos até o dia 10 de janeiro. Ainda que houvesse algum dinheiro no caixa, e não há, não seria possível pagar a folha do poder executivo porque não houve empenho. Precisamos regularizar isso antes”, disse a secretária após a reunião desta quinta-feira (3).

Antes de assumir o cargo de governador, Caiado já havia adiantado que o pagamento de janeiro seria feito antes do de dezembro.