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Sit Expresso, menos do que boa intenção

O novo cartão do transporte chega ao mercado com jeito de que não vai resolver muita coisa. No máximo, mais uma boa intenção inventada por quem não usa o transporte

Como todo jogo, o futebol imitia a vida. E ensina. No momento, o técnico Tite, da Seleção Brasileira, ensina que, mesmo difícil, é necessário ser simples. Armar um time em função da vitória. Mas, acima de tudo, sendo simples.

Este é o novo objeto da discórdia no transporte coletivo de Goiânia. A tarifa é R$ 3,70, mas quem não tiver sit pass convencional, carteirinha ou saldo, poderá comprar o novo cartão junto ao motorista por R$ 5,50. Começou  complicar. Vou pagar a mais por um serviço que tem valido de menos.

A ideia das empresas é forçar o usuário a aderir a outro cartão, o Fácil. Este não é tão fácil assim. Você pode fazer de graça em um posto de atendimento, mas se perder, extraviar ou estragar, aí rola uma tarifa de R$ 18,50. O sti pass convencional, de papel, vem sendo retirado de circulação. As empresas agora alegam dificuldade em arranjar quem confeccione esses bilhetes. Uma das razões é que as próprias empresas retiraram a venda dos bilhetes nos postos autorizados, que apenas carregam valores nas carteirinhas.

Por fim, a venda desses bilhetes convencionais, nos ônibus, havia sido suspensa para evitar que o motorista ficasse com dinheiro e fosse alvo de bandidos. Parece que vão voltar a ser.

Essa engenharia toda porque, depois de 20 anos, o sistema não resolveu a questão básica, que é oferecer os bilhetes com segurança, conforto e comodidade para o ilustre ignorado pelo sistema, o usuário. Parece simples assim. Mas não é.