Rogério Cruz apresenta déficit de R$ 111 milhões em Goiânia, mas justifica ao falar de investimentos
Servidores da Comurg também protestavam contra terceirização da empresa
Com galerias lotadas de servidores da Comurg contrários a proposta de terceirização da empresa, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) apresentou, na manhã desta terça-feira (26), o balanço do 2º e 3º quadrimestre de 2023 aos vereadores da Câmara de Goiânia, em uma audiência marcada por protestos e pelo déficit negativo aos cofres públicos do município de R$ 111 milhões. Ainda assim, o chefe do Executivo comemorou investimento de 112,81% da receita.
Foi o secretário de Finanças, Vinicius Henrique Alves, que mostrou que a arrecadação registrada durante o período foi de R$ 8,23 bilhões, enquanto a despesa ficou na casa de R$ 8,34 bilhões, totalizando R$ 111 milhões de diferença. Ainda assim, Rogério justificou os números, puxados pelo aumento dos investimentos em obras e gastos com folha de pessoal.
“[O déficit] é normal devido ao investimento que a Prefeitura tem feito em obras. Desde o início de 2020, no começo da pandemia, muitas obras ficaram paradas e contratos suspensos. Quando retornamos, no final de 2022, as obras avançaram e muito. É normal que tenhamos o déficit uma vez que estamos investindo muito dinheiro público”, destacou.
Na planilha apresentada aos vereadores, consta um aumento de 81,88% de investimentos entre os anos de 2022 e 2023 – R$ 153,3 mi ante a R$ 297 mi. O mesmo diz respeito a planilha de pessoal que teve um aumento de 18,54%, saltando de 3,39 bi para 4,21 bi. “Vocês acompanharam todo o processo no que diz respeito a entrega de benefícios aos servidores e sua valorização que tem de ser feito. Fizemos com muita coragem e transparência, com muita responsabilidade”, justificou.
Outros números apresentados
A audiência foi marcada por protestos. Por diversos momentos, o vereador Cabo Senna (PRD), presidente da Comissão Mista e responsável por presidir a sessão, teve de pedir para que os manifestantes fizessem silêncio e diminuíssem o barulho, principalmente quando gritavam por “Fora Quebec”, em referência ao Consórcio que assumiu no começo de mês o serviço de coleta de lixo.
Ainda assim, Cruz e Vinicius destacaram os esforços da gestão em implementar, ainda em 2023, medidas para otimizar a arrecadação e investir no setor de serviços, como o novo Código Tributário. “Essas ações resultaram em conquistas significativas, como o ISS se tornando a principal fonte de receita do município, superando o IPTU e alcançando a marca de R$ 1,17 bilhão no último quadrimestre”, assinalou o prefeito.
O prefeito apontou que o município alcançou a marca de 98,32% das emendas impositivas de 2023 empenhadas. E com R$ 76,5 milhões pagos no exercício anterior. Também lembrou que, em 2024, 85 mil famílias ficaram isentas do IPTU e centenas tiveram redução do valor. De acordo com Rogério, os números mostram que as decisões financeiras implementadas em sua gestão foram assertivas e começam a gerar frutos positivos para a cidade no presente e de maneira permanente nas próximas décadas.
Mesmo diante de quedas nos repasses federais e estaduais, como no ICMS (-5%) e em fundos como o de Assistência Social (-50%), Goiânia conseguiu manter um crescimento real de 9,16% na receita tributária. “Isso reflete nossa eficiência na gestão financeira, permitindo-nos investir 112,81% da receita, além de quitar pagamentos atrasados de servidores públicos, totalizando R$ 4,21 bilhões em despesas com pessoal e encargos”, apresentou o prefeito.