STF decreta: lei é bula no país
A teoria do consenso voltou a funcionar no desfecho do processo de impeachment. Com aval…
A teoria do consenso voltou a funcionar no desfecho do processo de impeachment. Com aval dos presidentes do Congresso e do STF, a Constituição virou bula de remédio. Segue quem quiser. Quem puder, que a use da maneira que for mais conveniente. É o desfecho de um processo que foi um pouquinho jurídico, muito político e totalmente teatral.
Dilma Rousseff cometeu crimes para merecer o afastamento? Não. O alegado no processo é o que existia para cumprir o rito. Comandanto do governo com o maior esquema de corrupção da história do país, caiu por decretos orçamentários, pedaladas… E, claro, incompetência política.
Foi golpe? Claro que não. Seria o único golpe do mundo, com aval das autoridades dos três poderes constituídos no país.
Dito isso, cassar Dilma mantendo seus direitos políticos é uma piada. É a sentença que condena, acima de tudo o PT, o partido que denunciou o tal golpe e os seus comandantes, que seriam Eduardo Cunha e Michel Temer. Com o acordo para preservar os direitos de Dilma, o PT perdeu toda a argumentação. Assinou embaixo da sentença. De quebra, já anunciou a salvação de Cunha.
Este é o país que nasceu neste setembro, sob o comando de Temer. O país do jeitinho e da maracutaia. Pode ser diferente? Pode, mas é difícil acreditar em qualquer mudança.