SUPREMO

STF manda divulgar vídeo de reunião mencionada por Moro

No encontro, Bolsonaro teria manifestado intenção de interferir na Polícia Federal

Dois dias após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello ter divulgado vídeo de reunião ministerial alvo de investigação, o presidente Jair Bolsonaro publicou na manhã deste domingo (24) um trecho da lei de abuso de autoridade, no que foi entendido como um ataque direto à corte.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), acaba de determinar a divulgação do vídeo da reunião ministerial mencionada pelo ex-ministro Sergio Moro em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria manifestado intenção de interferir na Polícia Federal.

Vale lembrar que, também nesta sexta-feira (22), o ministro enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) ofício com três notícias-crime contra o presidente Bolsonaro. Entre as medidas pedidas está o depoimento do presidente, além de busca e apreensão dos celulares dele e de Carlos Bolsonaro, para que perícias sejam realizadas. A solicitação faz parte da investigação sobre as supostas tentativas de interferência de Jair na Polícia Federal (PF).

“A indisponibilidade da pretensão investigatória do Estado impede, pois, que os órgãos públicos competentes ignorem aquilo que se aponta na ‘notitia criminis’, motivo pelo qual se torna imprescindível a apuração dos fatos delatados, quaisquer que possam ser as pessoas alegadamente envolvidas, ainda que se trate de alguém investido de autoridade na hierarquia da República, independentemente do Poder (Legislativo, Executivo ou Judiciário) a que tal agente se ache vinculado”, decidiu Celso de Mello no despacho.

Como reação ao pedido, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, disse que o confisco do aparelho do presidente seria uma “afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e interferência inadmissível de outro Poder” e que “poderá ter consequências imprevisíveis”.