TCU suspeita de fraude sobre viagem de Weintraub
Ex-ministro da Educação viajou aos EUA enquanto ainda tinha vínculo com governo
O subprocurador-geral do Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu que o tribunal investigue a viagem aos Estados Unidos do agora ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. Ele pode ter usado uma brecha na regra do país, que proíbe a entrada de brasileiros, por ainda ser funcionário do governo.
A exoneração foi publicada depois de Weintraub ir para os Estados Unidos, mais de 36h após o anúncio da saída dele da pasta. Nesta terça-feira, o governo retificou o decreto de exoneração, afirmando que ele valia a partir de sexta-feira, e não mais sábado. Ou seja, quando entrou nos Estados Unidos, Weintraub não era mais ministro.
Para Lucas Furtado, “provavelmente houve fraude”, já que é muito difícil que em um assunto tão importante quanto a data da exoneração de um ministro de Estado haja erro, como alegou o governo federal. Ele frisa, porém, que cabe à Procuradoria-Geral da República apurar eventual crime de responsabilidade do ex-ministro.
Ao TCU, cabe a investigação de um eventual uso de recursos públicos, segundo Furtado. A representação, assinada nesta segunda-feira pelo subprocurador, pede a apuração dos “custos eventualmente incorridos pelos cofres públicos na viagem realizada pelo ex-ministro”, diante da “possível ocorrência de desvio de finalidade na realização de viagem desvinculada do caráter de missão oficial”.