Política

Temer começa reforma ministerial com Saúde e Transportes

Ricardo Barros (PP) deixará o Ministério da Saúde na próxima segunda-feira (26) e Maurício Quintella (PR), o Ministério de Transportes na próxima quarta (28) ou quinta (29)

O presidente Michel Temer (MDB) começará na próxima semana a reforma ministerial com mudanças nos comandos de Saúde e de Transportes. O que ficou combinado com o Palácio do Planalto é de que Ricardo Barros, do PP, deixará a pasta na segunda-feira (26) e que Maurício Quintella, do PR, sairá na quarta-feira (28) ou quinta-feira (29).

Os dois deixarão os cargos para serem candidatos nas eleições deste ano. Quintella tentará uma vaga ao Senado por Alagoas. Barros quer se reeleger ao cargo de deputado federal pelo Paraná, onde sua mulher, Cida Borghetti, concorre ao governo local.

No total, pelo menos onze ministros deixarão seus postos para participar da disputa eleitoral. Pelas regras eleitorais, ocupantes de cargos no executivo que não estejam disputando reeleição devem se desincompatibilizar até 7 de abril. Como cada um solicitou uma data diferente, as trocas serão feitas uma a uma, sem um anúncio geral.

O presidente manterá Saúde e Transportes sobre o controle do PP e do PR, em uma tentativa de amarrar o apoio deles à candidatura presidencial do MDB.

Para o lugar de Barros, pode ser nomeado o secretário de Ciência e Tecnologia da pasta, Marcos Fireman. Ele foi apontado em delação premiada como operador de propina da Odebrecht que teria sido repassada ao ex-governador Teotônio Vilela (PSDB).

Em Transportes, há três cotados, todos figuraram no noticiário recente por causa de denúncias. O ex-deputado federal Bernardo Santana (MG) apareceu em uma lista de contribuições ilegais da Odebrecht.

O senador Wellington Fagundes (MT) depôs à Polícia Federal no inquérito que investiga se um decreto assinado por Temer beneficiou empresas da área de portos.

E a ex-vice-presidente da Caixa Deusdina dos Reis Pereira é investigada por tráfico de influência.

Educação

Nesta quarta-feira (21), Temer se reunirá com o presidente nacional do DEM, ACM Neto, para discutir a sucessão na Educação.

O ministro Mendonça Filho já informou ao presidente que deixará a pasta na primeira semana de abril para a disputa eleitoral em Pernambuco.

Para o seu lugar, ele sugeriu o nome da secretária executiva Maria Helena de Castro, filiada ao PSDB. Como nem o PSDB nem o DEM pretendem apoiar a candidatura do MDB, Temer tem avaliado outros nomes.

Um deles é o da senadora Marta Suplicy (SP), que está disposta a abrir mão da disputa à reeleição para assumir o cargo. Pesquisas internas do MDB mostraram que ela teria dificuldades em uma eleição em São Paulo.

Temer também paralisou as sondagens para a substituição do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. Ele foi informado que Rabello deve desistir de disputar a eleição presidencial pelo PSC.

O principal cotado para o seu lugar era o atual diretor de planejamento do banco, Carlos da Costa, que chegou a fazer campanha junto a aliados e ministros de Temer.