Tesoureiro do Pros Goiás teria sido indicado por irmã de desembargador, diz membro da sigla
Presidente estadual da sigla justifica que Reginaldo é locutor e recebe vários cantores, caso do filho da irmã do desembargador
O tesoureiro do Pros Goiás Reginaldo Dias Souto, que assumiu o cargo no último dia 5 de julho, teria sido indicado pela irmã do desembargador Diaulas Costa Ribeiro, que decidiu favoravelmente à destituição do mandatário Eurípedes Júnior para posse Marcus Holanda na direção nacional. A informação foi repassada por um membro da legenda ao Mais Goiás. Segundo ele, Reginaldo é próximo ao filho da mulher.
Vale citar, João Fernando Costa Ribeiro Dinofre, filho de Raquel Costa Ribeiro – irmã do desembargador –, aparece em um vídeo tocando violão com Reginaldo Dias Souto, tesoureiro do Pros. A publicação foi feita no Instagram do próprio Reginaldo, 17 de maio. Não foi possível confirmar o local de gravação do vídeo, apesar do tesoureiro começar com um “alô Brasília”.
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Ao portal, o presidente estadual da sigla Dhone Rodrigues, que também assumiu a presidência em 5 de julho, afirmou ser “mentira” e “maldade” associar Reginaldo ao caso. “O Reginaldo é locutor de rodeio há muitos anos e recebe várias pessoas. Eu já vi o vídeo, não tem nada a ver. O filho da irmã do desembargador é músico, viaja com um maestro. Não tem relação”, garante. Questionado se ele conhece Raquel ou o filho dela, o líder estadual do Pros afirma que não.
Desde terça-feira o Mais Goiás tenta contato com Reginaldo. Apesar de ver as mensagens, ele não respondeu ou atendeu às ligações.
Atualização com nota de Reginaldo
“Referente à matéria Publicada no Portal Mais Goiás nessa Quinta, 14 de Julho. Venho em Nota repudiar o fato ligando meu nome a qualquer indicação feita pela Sra. Raquel. Como locutor de Rodeio, encontro com vários músicos o tempo todo. Não existe, qualquer ligação minha com a família do músico João Fernando, e assim como faço com qualquer músico postamos um vídeo sim, que retrata um momento de descontração. Em nenhum momento perguntei ao João quem seria sua mãe ou seu pai, e nem pergunto aos diversos músicos que encontro no meu dia-a-dia. Isso não tem nada haver com partido politico. Trata-se apenas de maldade de um grupo que não aceita a posse da nova executiva, que tem demostrado trabalho desde o primeiro dia de posse. Sigo com meu coração tranquilo e sigo como tesoureiro do partido. Quem plantou essa maldade irá pagar. Confio em Deus e ele sabe de tudo.”
Relembre o caso
Nesta terça-feira (12), a Folha de S.Paulo divulgou a suspeita de um possível acerto de R$ 5 milhões para que o desembargador desse a sentença favorável a Holanda. Esta teria ocorrido por articulação da irmã do magistrado, Raquel Costa Ribeiro, que indicou uma advogada para atuar no caso (Cristiane Damasceno, atual presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada da OAB) – uma vez que ela não poderia aparecer.
Por nota, o desembargador disse à Folha que nunca recebeu proposta criminosa e que não tem relação com a irmã há duas décadas. Raquel, em um primeiro momento, disse não ter contato com o irmão. Depois, conformou que teve um encontro com ele, mas negou qualquer irregularidade.
Pros nacional
Vice-presidente do Pros nacional, Amauri Pinho foi advogado até o fim do processo. Ele revela que substabeleceu o caso para Cristiane apenas para que ela pudesse fazer a sustentação oral. De acordo com ele, inclusive, nunca tinha ouvido falar na advogada Raquel. “Juridicamente estamos bem tranquilos. Politicamente acaba abalando…”
Em relação a Goiás, ele afirma que não conhece nem o presidente estadual da sigla Dhone Rodrigues – muito menos o tesoureiro Reginaldo. “Até onde sei, Dhone tem ligação com o ex-governador Marconi Perillo”, revelou sobre o líder da sigla.
Sobre o desembargador, ele afirma que Diaulas é conhecido pela seriedade. “Tenho absoluta convicção que jamais houve qualquer coisa do que é especulado. O próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ) já entendeu como prova ilícita essas conversas de WhatsApp, pois podem ter techos apagados e tirados de contexto.” Amauri argumenta, ainda, que antes de “aparecerem esses advogados [Cristiane], o desembargador já tinha feito a minuta do processo”.
O portal também tentou contato com a advogada irmã do juiz, mas não teve sucesso.
A advogada Cristiane Damasceno se manifestou por nota.
“Cristiane Damasceno advoga para Marcus Holanda desde fevereiro e para o Pros desde março. Ela desconhece e repudia os ilícitos citados pela reportagem e, caso comprovados, repudia seu cometimento. Comprovam a prestação dos serviços de advocacia as petições, memoriais, sustentação oral e reuniões com o cliente, desembargadores do TJDFT e Polícia Federal.”