Eleções 2016

Três pólos em crise

PMDB, PSDB e PT fracassam no lançamento de candidaturas competitivas em Goiânia, abrindo espaços para 2018.

Um lugar comum no meio político é que uma eleição é preparatória para outra, em um país que convoca o eleitor às urnas a cada dois anos. Em Goiás, os três principais pólos estão em crise, o que gera perspectiva do surgimento de outra via. Sem competência, essa via não tem se concretizado e tem servido apenas para reforçar um pólo, até agora o comandado pelo governador Marconi Perillo.

A crise mais fácil de explicar é a do PT. Depois de se aliar ao PMDB e ter gestões consagradas pela aprovação com Lula na Presidência e Anntônio Gomide em Anápolis, o partido sofre com a avaliação do prefeito Paulo Garcia, em Goiânia, e com o fracasso de Dilma Rousseff na presidência, arrastada pelos escândalos de corrupção. Em Goiânia, por exemplo, a delegada Adriana Accorsi é a candidata certa em um momento errado. Sem o PMDB, que um dia já foi irmã siamês, o PT volta a ficar isolado.

O PMDB sucumbe desde a derrota para o Governo de Goias em 1998. Por trás de um discurso de renovação, nunca soube sair do comando, da vontade e das decisões de Íris Rezende. A falta de competência na construção de novas lideranças pode ser sentida nas candidaturas ao governo estadual. Desde 1982, o partido disputou todas as eleições, apresentando três candidatos: Íris Rezende (cinco vezes), Maguito Vilela (três) e Henrique Santillo (uma).

Claro que o PMDB mantém a maior estrutura partidária de Goiás. Esta presente nos municípios, possui o comando de prefeituras importantes, mas continua sendo uma frente de interesses diversos. No processo de Goiânia, Íris sempre foi o candidato natural. Mais uma vez, não havia um plano B. Íris desistiu e deixou na mão o partido e os seus aliados, o principal deles o senador Ronaldo Caiado, que até agora tinha como certo o apoio peemedebista para a disputa do governo em 2018.

Por fim, a base comandada pelo PSDB do governador Marconi Perillo. Como Íris, Marconi é bem maior do que o partido. Maior que sua base, também. Como Íris, Marconi tem uma base que aguarda aceno, orientação e decisão do líder. O que mais une a base nos últimos 20 anos é o poder emanado do governo. Um governo que conseguiu realizações diferenciadas e reconhecidas cinlusive por adversários.

Essa base de Marconi não tem um candidato natural para 2018. O vice-governador José Eliton vem ocupando naturalmente este espaço. Mas não e aceito, especialmente por PSD, PTB e PSB, que tem nomes e projetos para a próxima eleição. Dentro do próprio PSDB, o Delegado Waldir saiu no início do ano para garantir a candidatura a prefeito.

O quadro que se desenha em Goiânia é justamente este de crise. PMDB, PSDB e PT que se arvoram a falar sobre os seus espaços e lideranças conseguiram se viabilizar. O processo tende, hoje, à realização de um segundo turno entre dissidentes. De um lado0, Waldir Soares, agora no PR, com possibilidade de contar com apoio de Ronaldo Caiado. Do outro, Vanderlan Cardoso, que já apoiou Marconi e Íris e tenta um novo salto na trajetória política, também conversando e sonhando com apoio de Caiado.

Do sucesso desses dissidentes, surgem duas situações para 2018. A primeira, a viabilização de uma nova via, que tem fracassado pelas mesmas divisões e interesses particulares que racham os grupos já consolidados. O outro caminho é a formação de um novo grupo, temporário e forte, capaz de dar rumo, discurso e vitória em 2018.

Até lá, os grupo comandados por PSDB, PMDB e PT vão ter que aprender a administrar suas crises.