Trump é um outro sonho americano. Ou pesadelo

Donald Trump, o brincalhão, o exótico, é o novo presidente da maior nação do nosso mundo. Ele venceu? Sim. Levando, do seu jeito, o discurso em favor do sonho americano, que embalou outras eleições no país. Trump pode ser preconceituoso, homofóbico, para alguns, mas está legitimado pelas urnas.

A democracia tem suas peças. É comum, após um período de avanços em políticas sociais, um governo, em parte ou em seu todo, fracassar. Aí, o mesmo eleitor que apoiou os avanços acaba apostando na segurança do conservador. A história tem-se mostrado assim. Os avanços de Obama acabaram encobertos pelos custos da saúde do americano comum e pela necessidade de um novo vendedor de sonhos.

É cedo dizer que Trump vai fracassar. Ou que isso nunca aconteceu na maior nação do planeta. Clima de desconfiança reinou durante a eleição e todo o mandato de Ronald Reagan, que se tornou alvo fácil dos humoristas em todo o mundo.

Trump tem alguns pontos que representam o mundo de hoje. Cabelo pintado, jeito de jovem aos 70 anos, desbocado e muito longe do discurso do bom senso ou do lugar comum. Muitos dizem que, como empresário de comunicação, construiu um personagem para enfrentar a campanha. A campanha está encerrada. Que venha o líder. Ou que Deus salve a América.