SENADORES

Vanderlan e Luiz do Carmo apoiam críticas de Bolsonaro à PF e ao STF

Antidemocrático para uns, com razão para outros. Deputados e senadores se manifestaram sobre possível ameaça ao STF

Congressistas goianos comentam fala de Bolsonaro contra operação da PF

Depois de parabenizar a Polícia Federal (PF) por uma ação que teve como algo o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), o presidente Bolsonaro fez críticas a investigação da PF que atingiu empresários, políticos e ativistas bolsonaristas, no âmbito do inquérito das fake news do STF. “Não teremos outro dia como ontem, chega”, disse, na saída do Palácio da Alvorada. A fala repercutiu de maneiras diversas entre os congressistas goianos.

O senador Luiz do Carmo (MDB) não viu como ameaça a fala de Bolsonaro, mas um apelo de “quem tem amor pelo Brasil, alguém que clama por juízo e moderação dos três poderes”. Segundo ele, o ministro Alexandre de Moraes excedeu “e muito” as prerrogativas de sua função. “O presidente como sempre se posiciona e não se cala perante essa aberração jurídica”.

Na mesma linha, o senador Vanderlan Cardoso afirma que viu “um presidente preocupado com o Brasil e pedindo ‘pelo amor de Deus’, repetidas vezes, para que houvesse harmonia entre os Poderes e que nenhum ministro do STF isoladamente, como no caso do Alexandre de Moraes, extrapolasse seu poder de atuação incorrendo em abuso de autoridade, cerceamento da liberdade de expressão e liberdade de imprensa”.

Para Vanderlan, o presidente razão. “Já passou da hora dessa queda de braço entre os Poderes acabar. ‘Já basta’, como Bolsonaro mesmo disse.” Segundo ele, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), estão em constante diálogo com o Executivo, “mas sem perder a independência dos Poderes, defendida por Bolsonaro”.

“Passou da hora de levantar bandeira branca. Deixar esses embates de lado e trabalhar todos juntos para vencer a pandemia”, encerrou.

Deputados

O deputado José Mario Schreiner (DEM) foi conciso: “Os poderes são independentes e não cabem ameaças de parte a parte. O que deve ser buscado é a convergência em prol do Brasil.” Já Rubens Otoni (PT) afirma que essa postura não é novidade.

“De maneira recorrente o presidente afronta à democracia, incentiva atos que defendem a intervenção militar, o fechamento do Congresso e também o STF. Ele precisa entender que democracia não é defender o presidente e sua família, mas defender a Constituição”, conclui.

Francisco Jr. (PSD), por sua vez, disse que ações extremas de qualquer um dos lados são preocupantes, pois comprometem o verdadeiro sentido de suas funções, que são básicas, legislar, executar e fazer cumprir. “Qualquer ação que tenha como segunda intenção tirar a liberdade de expressão, de imprensa, vão contra a democracia, independente de qualquer lado que essa ação venha. E qualquer elaboração e propagação de fake news também deve ser investigada. Sou contra fake news da mesma forma que sou contra o ativismo judicial. Porém, para que tudo isso ocorra é preciso seriedade e respeito em todos os estágios.”

Para ele, nenhum dos três poderes deve combater forças, mas se complementarem. “Estamos vivendo o auge de uma pandemia. Então, reforço mais uma vez, que somente com a união de todos sairemos o quanto antes dessa crise”, pensa Francisco Jr.

“Não foi ameaça”

 

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