Vanderlan elogia discurso de Lira pós 7 de setembro: “Acalma os ânimos”
Presidente da Câmara cobrou um "basta" nas bravatas de redes sociais
Para o senador goiano Vanderlan Cardoso (PSD) – aliado de Bolsonaro (sem partido) -, o presidente da Câmara Federal Arthur Lira (PP) foi feliz em seu pronunciamento pós atos de 7 de Setembro, nesta quarta (8). Segundo ele, foi “ideal para o momento, pois acalma os ânimos. Precisamos de serenidade para tratar dos problemas que afligem o nosso País”.
Mesmo sem falar em impeachment, Lira cobrou um “basta” nas bravatas de redes sociais. Ele também aproveitou para criticar o retorno do discurso pelo voto impresso, já derrotado na Congresso.
Vale destacar, o voto impresso auditável foi uma das pautas dos atos pró-Bolsonaro no 7 de setembro, convocado pelo próprio presidente.
Feriado de 7 de setembro
O feriado de 7 de setembro foi marcado por atos contra e favoráveis ao governo federal. Bolsonaro discursou em Brasília e também em São Paulo, sem poupar falas polêmicas. De forma recorrente, ele fez duras ameaças ao STF, escalando a crise institucional a níveis ainda mais altos.
Em Goiânia, houve carreata a favor do presidente com cerca de 25 mil veículos (sendo 20 mil motos), segundo o organizador do evento Marcelo Magalhães. A Polícia Militar (PM) não contabilizou os números.
Discurso do presidente do STF
Quem também discursou nesta quarta foi o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Em sua fala, o ministro disse que o presidente Bolsonaro incentiva palavras de ódio contra o STF e seus membros e classificou esses atos como práticas ilícitas e intoleráveis. O jurista comentou não só sobre os atos de 7 de Setembro, mas também acerca de uma postura recorrente do gestor federal. “Ninguém fechará essa corte”, foi enérgico.
Cinco tópicos das manifestações de 7 de setembro
Voto impresso auditável: Segundo o deputado estadual Paulo Trabalho (PSL), aliado de Bolsonaro em Goiás desde as eleições de 2018, o voto nas urnas eletrônicas hoje pode ser adulterado, uma vez que não há cédula física, que possa ser auditável. Para ele, é preciso um comprovante na urna, que permitir a recontagem, sendo impresso dentro do próprio equipamento, para conferência do eleitor, mas sem que ele possa retirar de um baú que armazenaria o papel.
Impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Roberto Barroso, do STF: Paulo Trabalho afirma que o STF tem descumprido sua função de intérprete da Constituição e interferindo em outros poderes, além de tirar a liberdade do povo de bem. “Falou mal de mim, mando prender.” Ainda dentro desse tópico, os manifestantes protestam contra o que chamam interferência da corte ao legislar.
Liberdade: esta é, para a vereadora Gabriela Rodart, de Goiânia, a pauta principal. “No dia 7 de setembro comemoramos o Dia Declaração de Independência do Brasil do Império Português. É uma data importante na nossa história. Temos vivido dias sombrios onde governadores e prefeitos agiram como verdadeiros ditadores por todo o País ao longo da pandemia. Além desses tristes episódios, temos visto muita injustiça, verdadeiros atos de censura contra jornalistas, políticos e cidadãos de bem, por parte de alguns integrantes do Poder Judiciário, sem o devido processo legal, acesso aos autos, enfim. Vamos às ruas pelo basta. Para que o povo tenha restabelecido seu direito de se manifestar, de se expressar livremente, de ir e vir e de cultuar a Deus sem interferências do Estado.”
Direito do presidente Bolsonaro conseguir legislar: pois o presidente tem a caneta, mas estaria de mãos atadas.
Altos impostos estaduais: os manifestantes dizem que os altos impostos estaduais impactam no preço dos diversos produtos, como o combustível.