Vereador de Inhumas diz que articulação esvaziou Câmara para proteger parlamentares afastados
O vereador de Inhumas, Hugo Pessoni, afirma que a sessão da Câmara municipal se esvaziou,…
O vereador de Inhumas, Hugo Pessoni, afirma que a sessão da Câmara municipal se esvaziou, na terça (14), após ele apresentar um requerimento à Comissão de Ética contra os parlamentares afastados Suair Teles – presidente da Casa e de quem ele é suplente – e Paulo Pedrinha, a fim de mantê-los fora do mandato até conclusão de investigação da Polícia Civil. A Justiça determinou o afastamento da dupla por suposta “rachadinha” por 120 dias, mas eles conseguiram derrubar a decisão. O parlamento, contudo, ainda não foi notificado.
Enquanto não ocorre o retorno, Hugo segue como vereador. Ele, então, apresentou requerimento para manutenção da primeira liminar, a fim de garantir que a dupla não retorne até o fim da investigação.
Pessoni relata ao Mais Goiás que, antes do início da sessão, nove vereadores estavam na Casa, o que seria suficiente para abertura da plenária. Porém, ele afirma que alguns parlamentares teriam articulado para esvaziar a sessão, após saberem do requerimento.
O legislador Gleiton Tumate, segundo Hugo, foi o responsável pela articulação.
Versão de Gleiton
Ao portal, Gleiton disse que não houve articulação e que ele, inclusive, não deixou a plenária. Questionado se tinham parlamentares para o quórum, inicialmente, Tumate afirmou não saber.
Ainda segundo ele, após o encerramento, ele, Hugo e outros vereadores se reuniram na sala da presidência. “Eu disse apenas que ele deveria deixar a Justiça resolver. Não temos poder para ir contra decisão judicial. A Justiça afastou e depois voltou. Não podemos ir contra”, reforçou.
Ele confirmou ao portal que ainda não houve notificação para o retorno. “Não sei dizer quando será.”
Destaca-se, comunicado no Facebook da Câmara informa que, nesta quarta-feira (15), ocorrerá sessão às 16h.
Operação da Polícia Civil
Em meados de novembro, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão contra os dois vereadores de Inhumas suspeitos de embolsar parte dos salários dos funcionários (esquema conhecido como ‘rachadinha’). Além apreender documentos nos gabinetes, a polícia também foi à casa deles. O Judiciário afastou os vereadores por 120 dias e autorizou a quebra de sigilos fiscal e telefônico dos investigados.
Segundo a corporação, durante as buscas houve apreensão de computadores, celulares, documentos e cerca de R$ 10 mil em espécie. Sobre a “rachadinha”, a polícia relatou, à época, que um dos vereadores contratou um assessor e teria exigido vantagem indevida (metade do salário). Inclusive, ele teria transferido metade do salário recebido na Câmara (R$ 900) para a conta de um terceiro, sem ligação com o parlamentar.
Defesa dos vereadores
Ainda naquele momento, o advogado dos políticos, Jackson Vagner Nascimento de Souza, declarou que o próprio assessor tomou a decisão de contratar o serviço de outra pessoa e pagar com recursos próprios – sem interferência dos parlamentares – por não conseguir executar o trabalho.
“Um ex-funcionário, contratado para assessorar o vereador, quando ele assumiu a comissão da Saúde da Câmara, atuou por cerca de 30 a 40 dias. Como ele não conseguiu desempenhar o papel, acabou exonerado e foi à delegacia fazer uma denúncia de suposta rachadinha”, disse Jackson em relação a Paulo. “Mas a contratação não partiu do vereador. Foi dele [do ex-assessor]”, garante.
Sobre Suair, ele enfatizou que toda contratação passa pela presidência da Câmara, pois é o presidente o ordenador de despesas. “Então, o assessor incluiu o atual presidente nessa denúncia de suposta rachadinha.”