TENSÃO

Vereador coleta assinaturas para investigar Comurg na Câmara de Goiânia

Para a abertura da investigação, no total, são necessárias 12 assinaturas. Vereador diz contar com 15 assinaturas.

Pedido para abertura de Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar dívidas e possíveis irregularidades na administração da Companhia Municipal de Urbanização (Comurg) deve ser protocolado nesta quinta-feira (29) na Câmara Municipal de Goiânia. A companhia é alvo de denúncias de irregularidades no pagamento de fornecedores e gratificações, fraudes em licitação, aumento exponencial de funcionários comissionados e super salários.

A intenção é apurar repasses da companhia ao Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (IMAS), Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e fornecedores.

A proposta é do vereador Ronilson Reis (sem partido), que iniciou a coleta de assinaturas nesta quarta-feira (28). No total, são necessárias 12 assinaturas; ele diz contar com 15.

“Trata-se de uma investigação urgente, com fundamentação e indícios fortes de improbidade administrativa e desvio de dinheiro público”, afirma Ronilson.

Irregularidades

A abertura da CEI se fundamenta em uma denúncia apresentada por e-mail, em setembro deste ano, endereçada à presidência da Câmara Municipal, com cópia para todos os vereadores e outros órgãos de controle. O documento apontava aumento de funcionários comissionados, de 33 para mais de 350 cargos; possíveis fraudes em pagamento de fornecedores; em licitação; nos pagamentos de gratificação; e super salários.

Neste mês de dezembro outra denúncia mostra que IMAS não recebe repasse dos servidores da companhia desde janeiro de 2022. Além disso, a contribuição previdenciária do INSS estaria atrasada desde de outubro de 2021 e o FGTS não é depositado pela companhia há oito meses. Também relata atrasos de repasses a fornecedores que somariam R$ 60 milhões.

“Todos esses pontos precisam ser esclarecidos. Trata-se de uma denúncia grave, que nós, vereadores não podemos fechar os olhos,”reforça Ronilson Reis.

A prefeitura chegou a enviar para a Câmara um projeto que destinaria R$ 30 milhões em créditos extraordinários para a Comurg, mas retirou da casa depois que vereadores reagiram ao que consideraram falta de transparência sobre o destino dos recursos. O que demonstra tensão entre os vereadores e o Paço Municipal.