DESPROTEÇÃO

Vereador quer proibir vacinação de crianças com “imunizantes temporários” contra Covid em Goiânia

O vereador Ronilson Reis (Podemos) vai apresentar um projeto de lei na Câmara Municipal com…

O vereador Ronilson Reis (Podemos) vai apresentar um projeto de lei na Câmara Municipal com o qual pretende proibir a vacinação de crianças contra a Covid-19 em Goiânia. A intenção, na visão dele, é “dar mais segurança” à vacinação. Segundo o parlamentar, é contraditório tentar proteger o público infantil com  imunizantes “temporários e emergenciais”. A imunização da faixa etária entre 5 e 11 anos teve início na segunda-feira (17) na capital goiana.

Conforme a proposta, que deve ser enviada para a casa legislativas no retorno do recesso – no dia 1° de fevereiro -, apenas imunizantes com registro definitivo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) poderão ser aplicados em crianças.

Para vereador, proibir vacinação de crianças é protegê-las de imunizantes temporários

“Sabemos que muitas vacinas possuem apenas a liberação temporária e emergencial, sendo contraditório sua aplicação em um público, que comprovadamente, possui menor risco de desenvolver a forma grave da doença, além de que nenhum imunizante impede a contaminação pela doença”, diz Ronilson Reis.
O vereador argumenta que a medida poderá dar “mais segurança” na imunização da faixa etária. “Queremos com essa medida dar mais segurança às nossas crianças, mantendo elas imunizadas com as vacinas já com registro definitivo para uso no combate ao coronavírus,” continua.

Leitos de enfermaria estão totalmente ocupados em Goiás

Segundo dados do painel Covid-19, elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde, leitos de enfermaria pedriátrica para Covid-19 estão totalmente (100%) ocupados na rede estadual, já os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão com ocupação de 48%, na manhã desta terça-feira (18).

Questionado se as vacinas atuais ajudariam a reverter esse quadro, o vereador diz que não é contra a vacinação, mas contesta o caráter emergencial dos imunizantes.

“Acredito que o imunizante, se usado da forma correta, pode sim reduzir os casos graves da doença e evitar internações de crianças. O que pretendo é que vacinas sem registro definitivo na Anvisa não sejam usadas em crianças, conforme nossa proposta”, reforça.

A vacina infantil é segura?

A vacina infantil contra a Covid-19 passou por testes na Anvisa, com análise clínica, não clínica e teste em humanos. Além disso, fabricantes providenciaram documentação com justificativa para o registro, plano de farmacovigilância e informações gerais, com dados sobre matérias-primas, entre outros.

Na semana passada, o próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi taxativo ao dizer que a vacina infantil da Pfizer, liberada no Brasil, é segura. “Apesar de recentes, essas vacinas têm sido aplicadas nos principais sistemas de saúde. A aplicação começou em novembro. Mais de 8 milhões foram aplicadas nos EUA, e as crianças não têm sido notificadas de eventos adversos maiores”, disse durante chegada dos imunizantes no país.

Ao todo, o Brasil deve receber 4,3 milhões de doses em janeiro. Das quais, Goiás tem direito a 3,55%.