Vereadora é convidada a se retirar de reunião com Rogério Cruz e Sintego
Segundo a Prefeitura, Aava invadiu a reunião. A parlamentar é presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal
A presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Goiânia, vereadora Aava Santiago (PSDB) ficou pouco mais de três minutos na sala do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) que fica no 5º andar do Paço Municipal. Ela participaria da reunião que discutiria termos junto ao Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Goiás (Sintego) para por fim à greve da Educação, que já dura duas semanas. No entanto, a parlamentar foi convidada a se retirar logo no começo do encontro.
Ela acompanhava a vereadora Katia Maria, vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara e a deputada estadual, Bia de Lima, presidente do Sintego, ambas do PT. Como o Mais Goiás já mostrou, a proposta apresentada pelo prefeito Rogério Cruz naquela ocasião foi recusada pelos grevistas, que passaram o dia todo em Assembleia frente ao Paço Municipal.
Convidada a se retirar, vereadora fala em “expulsão”
Mas Aava sequer pode apreciar a proposta. A tucana alega ter sido expulsa da sala do prefeito Rogério Cruz. Por meio de nota, o chefe do executivo disse que a parlamentar invadiu o encontro e sequer foi convidada para estar presente na negociação. Foi justamente essa questão que teria gerado o ‘convite’ para que a parlamentar se retirasse da sala.
Em vídeo publicado por Aava Santiago nas redes sociais, é possível ver o prefeito cumprimentando as três parlamentares. Bia de Lima até tenta introduzir a reunião, mas Rogério Cruz a interrompe e fala sobre seu desconforto com a presença da tucana. “Deixar bem claro que eu não queria ver a Aava aqui não, tá? Eu iria atender vocês duas”, pontuou.
Prefeito afirma que vereadora faz ataques pessoais na Câmara
Aava Santiago diz que não haveria problemas em sair, mas também expõe seu descontentamento. “Eu não tenho direito a ouvir isso do senhor. Eu sou vereadora, o senhor é prefeito, eu sou presidenta da Comissão de Educação”, destaca. O vídeo segue com Rogério Cruz pedindo respeito e insinuando que a parlamentar conduzia suas críticas na Câmara levando ao lado pessoal.
“A sua maneira de atacar as pessoas na Câmara é muito diferente. Não estou falando sobre você ser vereadora ou não. É questão pessoal”, postulou Rogério. O vídeo é encerrado com Aava lamentando a postura. “É uma pena que o senhor trate a presidente da Educação dessa forma”, pontuou.
Na internet, Aava afirma que situação ocorre por denúncias que faz no Legislativo
Nas redes sociais, no entanto, Aava Santiago subiu o tom em um desabafo. Falou em expulsão e mencionou as denúncias que tem feito sobre a gestão municipal junto ao Tribunal de Contas da União e Ministério Público, além de ter rebatido a acusação de ter entrado sem autorização no gabinete do prefeito.
“Como alguém sentada à mesa e sendo cumprimentada pode ser acusada de entrar sem permissão no gabinete do prefeito?”, indagou. “O que tanto o incomoda é a certeza de que nosso time não se calará diante da sua administração negligente e de seu projeto de crivelização de Goiânia.”, pontuou.
Ela ainda destaca as denúncias feitas em 2023. “Só esse ano, já denunciamos contratos milionários sem o devido processo licitatório, supersalários, licitações suspeitas, calote nos trabalhadores administrativos e na fundação que administra as maternidades públicas, dinheiro público mal gasto, precarização dos servidores e mais recentemente a paralisação quase completa do serviço de limpeza urbana que deixou Goiânia debaixo de lixo”, disparou.
“Vereadora invadiu a reunião”, aponta Prefeitura de Goiânia
Por meio de nota, a Prefeitura de Goiânia insistiu na tese de que a vereadora invadiu o local e comemorou os “encaminhamentos positivos” junto aos servidores da Educação, embora a proposta apresentada tenha sido recusada pela categoria. Leia o posicionamento na íntegra:
“O prefeito Rogério não tinha reunião agendada com a vereadora Aava Santiago, razão pela qual a parlamentar, após invadir a sala do prefeito, não participou da agenda de trabalho com o Sintego e com a Comissão de Educação da Câmara Municipal, comissão que foi representada pela vereadora Kátia Maria.
O prefeito reconhece a democracia como um valor fundamental e indispensável e preza pelo respeito mútuo, um valor muitas vezes ausente na postura da vereadora. Ele também entende que divergências administrativas devem ser solucionadas — e não que causas legítimas sejam usadas para ganho eleitoreiro.
Durante a reunião, foram feitos encaminhamentos positivos para os servidores administrativos da Educação, como apresentação de proposta de aumento do auxílio-locomoção, pagamento da data-base em dezembro, e abertura de um canal de negociação para a reformulação do Plano de Cargos e Salários”.