POLÊMICA

Vereadores apresentam projetos que impedem homenagens controversas em Goiânia

Vereadora Aava Santiago quer impedir homenagens a nomes ligados à escravidão e Marlon Teixeira a personagens da ditadura

Plenário da Câmara Municipal de Goiânia (Foto: Câmara Municipal - Divulgação)

Na esteira das discussões e manutenção do veto do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) contra a mudança de nome da Avenida Castelo Branco, vereadores de Goiânia apresentaram, nesta semana, projetos de lei que impedem homenagens a nomes controversos da história do Brasil para nomear ruas, avenidas e equipamentos públicos.

Ainda na terça-feira (22), a vereadora Aava Santiago (PSDB) apresentou projeto de emenda à Lei Orgânica que proíbe dar a ruas e avenidas da capital nomes de personalidades e autoridades vinculadas ao regime escravocrata brasileiro. Se for aprovado, o texto vai acrescentar o parágrafo 5º ao artigo 175.

Para acrescentar trecho à Lei Orgânica, o projeto precisa ser aprovado em dois turnos de votação no plenário, com quórum qualificado de 2/3 dos parlamentares, ou seja, 23 vereadores.

Durante a votação do veto do prefeito à mudança da Avenida Castelo Branco, Aava chegou a criticar a manutenção do nome do primeiro presidente da ditadura militar brasileira. “Eu quero que meu nome seja registrado como alguém que escolheu retirar de umas de principais avenidas da cidade o nome de quem cassou parlamentares e dar a essa avenida a Iris Rezende”, disse.

Vereador quer impedir homenagem a personagens ligados à ditadura

Já o vereador Marlon Teixeira (Cidadania) apresentou projeto, também na terça, que proíbe homenagem em ruas, avenidas e equipamentos públicos a personagens ligados ao golpe civil-militar de 1964 e à ditadura.

“É preciso construir relações mais fraternar. É preciso construir uma memória histórica de homenagens que não valorizes ditadores, torturadores, violadores dos direitos humanos como mais um processo educativo em defesa da democracia”, argumenta.

Homenagem a ditador continua em Goiânia

Após pressão de empresários ligados ao Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas), a Câmara de Goiânia manteve veto do prefeito Rogério Cruz em sessão com debates acalorados à mudança de nome da Avenida Castelo Branco para Avenida Iris Rezende Machado. O bloqueio à alteração foi confirmado com placar de 24 votos a 8.

A retirada do nome do militar que presidiu o país após o golpe de 1964 chegou a ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça, mas a pressão empresarial acabou vencendo. Os empresários alegam que a alteração geraria prejuízos e transtornos ao setor.