CÂMARA

Vereadores avaliam destinar todas emendas para Saúde em Goiânia

Em virtude de decreto de calamidade, prefeito não tem obrigação de pagar emendas

Terminou prazo para vereadores mudarem de partido

Vereadores de Goiânia discutem a possibilidade de destinar todas as emendas a que tem direito, no orçamento de 2021, para a área da Saúde. O argumento é o de que a pandemia do coronavírus sobrecarregou os postos de atendimento da Capital e que, no momento, esta é a área da administração que deve ser tratada como prioridade por todos.

Todos os 35 vereadores têm direito a requerer emendas impositivas, conforme a lei. E a prefeitura é obrigada a arcar com todas, desde que não haja impedimento técnico ou legal.

Cada vereador tem direito a emendas no valor de R$ 1,6 milhão. A soma chega a R$ 56 milhões, valor que corresponde a 1,2% da receita corrente líquida prevista pela prefeitura para 2020.

O líder da bancada do prefeito na Câmara, Welington Peixoto (DEM), diz que tem procurado conversar com vereadores para mudar a destinação das emendas e alocá-las na saúde. O argumento é o de que, graças ao decreto de calamidade pública, que instalou situação de excepcionalidade no município por causa do coronavírus, o prefeito (se quiser) não precisa pagar as emendas neste ano. Mas, se houver acordo entre vereadores e prefeitura, o pagamento pode sair.

“A orientação do Paço é que venha tudo para a Saúde. Se não for assim, não vai cumprir as emendas. Alguns vereadores ainda estão reticentes a mudar a destinação. As minhas já passei e outros fizeram o mesmo”, afirma.

LDO 2021

Está sendo discutida na Câmara Municipal de Goiânia, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021. O vereador Zander (Patriota) já concluiu o relatório com as emendas dos outros parlamentares. Ele aguarda nova reunião da Comissão Mista para colocar o material à votação.

Segundo o projeto, a previsão de receita para 2021 supera R$ 5,66 bilhões, o que representa queda de 1,5% em relação a 2020, resultado de recuo na arrecadação da ordem de R$ 89 milhões. Aprovado o relatório, o texto segue para dois turnos de votação no plenário e depois para sanção ou veto do prefeito.

A aplicação das emendas impositivas dos vereadores na LDO 2021 ainda não entraram em debate. O líder do prefeito destaca que o assunto ainda será discutido, mas que há uma tendência para que o valor seja inferior, devido a projeção de queda da arrecadação. No entanto, há uma preocupação que é relativa a redução do duodécimo da Câmara, que deve ocorrer pelo mesmo motivo.