REFORMA ADMINISTRATIVA

Vereadores do MDB em Goiânia reticentes com Rogério Cruz

Parlamentares acreditam que prefeito poderia ter os consultado antes de emplacar uma nova reforma administrativa

Prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Foto: Jucimar de Sousa/Prefeitura de Goiânia)
Prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Foto: Jucimar de Sousa/Prefeitura de Goiânia)

A bancada do MDB na Câmara dos Vereadores de Goiânia mostra-se reticente com o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) diante da nova reforma administrativa que o republicano tem prometido anunciar para esta semana. Os incomodos, apesar de descartados pelos personagens, são perceptíveis a partir de respostas dadas na condição de off à reportagem do Mais Goiás. O chefe do executivo está em Brasília nesta segunda-feira (18/09) e deve anunciar mudanças no primeiro escalão do governo amanhã (19).

A avaliação é de que independente do presidente do MDB em Goiás, o vice-governador Daniel Vilela, planejar uma candidatura própria da legenda no ano que vem, os vereadores sempre sustentaram Cruz diante de crises. Esperavam retribuição num momento em que o prefeito vai remodelar a estrutura, de olho nas eleições de 2024.

Por exemplo, um vereador classifica como um erro de Rogério Cruz tirar o secretário de Saúde Durval Ferreira para trazer um nome de fora de Goiânia para o cargo. “Para mim, o prefeito erra. Ele precisa de alguém para resolver rapidamente o sistema do município. Como vai fazer isso nomeando alguém que não conhece as particularidades da nossa cidade?”, indaga.

Há outro ponto que o emedebista levanta. Apesar de Durval não ser filiado ao MDB, o atual secretário é próximo ao vice-governador Daniel Vilela. O titular estava na gestão desde o dia 2 de janeiro e era da confiança da cúpula do partido. “Em vez de reforçar as pontes de olho em uma conciliação, Rogério as corta de vez”, destaca.

Único a falar com a reportagem sem a condição de off, o líder da bancada do MDB na Câmara, Kleybe Morais, destaca que não há clima de insatisfação mas reconhece que o prefeito poderia ter convidado o partido para a conversa. 

Afinal de contas, o prefeito tem na legenda seu líder na Câmara, Anselmo Pereira, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Henrique Alves, e mais de 60 mil votos reunidos em todo o colegiado. “Mas o prefeito Rogério Cruz não chamou em momento algum o MDB para conversar e aparentemente ele não conta com o MDB para ajudá-lo na gestão”, pontua. 

Ainda assim, reitera que o partido continuará na gestão. “De toda a forma, o MDB está em sua base de sustentação desde o começo da administração e deve continuar dessa forma”, destaca. Questionado se o cenário não pode mudar com a reforma consolidada, Kleybe faz a ressalva. “Aí nós temos que avaliar, reunir a bancada e tomar uma decisão em conjunto. Até o momento, não fizemos isso”, destaca.